Ceará tem menor taxa de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria desde abril de 2020

Os números de casos e mortes por causa da doença também cai de forma significativa e são os menores desde abril e outubro de 2020, respectivamente

Escrito por Honório Barbosa , metro@svm.com.br
leitos
Legenda: Especialista destaca que as medidas de prevenção ao vírus devem continuar sendo seguidas no Estado.
Foto: AFP

O Ceará tem hoje a menor taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (46,8%) e de Enfermarias (24,5%) para Covid-19 desde abril de 2020, que assinala o início do monitoramento por meio da plataforma IntegraSus da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Os índices de leitos com pacientes adultos, no Ceará, são também os mais baixos do período: 48,8% em UTI e 20,5% em enfermaria.

Outro dado que mostra melhora do quadro da epidemia no Ceará é a queda significativa do número de novos casos de Covid-19. Este mês registra o mais baixo desde abril de 2020. Até o momento foram observados 15.885. O índice mais próximo ocorreu entre os dias 1º e 26 de outubro de 2020: 17.162.  

Se observarmos o número de óbitos neste mês em comparação com períodos anteriores há tendência de queda significativa. Entre o dia 1º e ontem (26), foram observadas 314 mortes por Covid-19. É o terceiro melhor registro desde abril de 2020. Os outros dois foram verificados no ano passado, considerando o decorrer de 26 dias: novembro (250 mortes) e outubro (303).  

Os dados da plataforma IntegraSus mostram que o segundo mês com menor taxa de ocupação de unidades especializadas para pacientes Covid-19 foi setembro de 2020, quando o Ceará registrou 56,0% dos leitos de UTI com pacientes Covid-19 e 28,3% em espaços de enfermarias.

Ao longo dos 16 meses de monitoramento, o mês que registrou maior índice médio ocupacional dos leitos foi em abril passado, quando chegou a 93,4% em UTI e 74,6% em enfermarias. Se considerarmos apenas 2020, o recorde foi alcançado em maio daquele ano, com 88,3% em UTI e 67,6% para enfermaria.

Nas duas maiores regiões de Saúde do interior cearense também julho atual assinala os indicadores mais baixos dos últimos seis meses. No Cariri, a taxa atual de ocupação de leitos de UTI é de 62,1% e de enfermaria, 20,1%. Em dezembro de 2020 era de 61,3% (UTI) e de 16,3 (enfermaria).

Na região Norte, o índice médio de pacientes em UTI é de 43,2%, atualmente, e de 28,4% em enfermaria. Essas taxas são as menores desde novembro de 2020, que registrou ocupação de 36,7% em UTI e de 19,7% em enfermarias.    

Desaceleração

O médico sanitarista e diretor geral da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará, Carlile Lavor, observou que a desaceleração de novos casos de Covid-19 decorre do avanço da imunização nos idosos e posteriormente na população em geral.

“A vacina é o mais importante e vem mostrando o resultado da melhora significativa dos indicadores. Mesmo com primeira dose já há uma certa proteção para evitar casos graves, mas são necessárias as duas doses e a continuidade das medidas preventivas”.
Carlile Lavor
médico sanitarista e diretor geral da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará,

Para o médico infectologista, Antônio Lima, o cenário atual favorável no Ceará decorre da combinação de três fatores: “a vacinação, isolamento rígido social decretado em abril passado e a redução da transmissibilidade por barreira imunológica natural”.

Antônio Lima fez um alerta e frisou que o desafio atual é manter a redução dos casos.

“Estamos diante de uma possibilidade de novos casos a partir da variante Delta, por isso precisamos elevar a cobertura de imunização para evitarmos um novo impacto. É preciso completar o ciclo de imunização e continuar com as medidas não farmacológicas – uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos”. 
Antônio Lima
Médico infectologista

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