Juninho revela bastidores da Copa do Catar e cita regalias de Neymar na Seleção
Ex-jogador, ele deixou o cargo de coordenador ao final da Copa do Mundo
Juninho, ex-jogador e coordenador da seleção, revela bastidores da Copa do Mundo do Catar, em 2022. Aos 50 anos, ele fala sobre Neymar e todas as cobranças recebidas pelo jogador. A entrevista foi publicada nesta terça-feira (11), no ge.
Perguntado se Tite e ele cobravam o Neymar e sobre regalias do jogador dentro da equipe, o ex-dirigente da seleção respondeu:
“O Neymar olha o Messi na seleção argentina com regalias. Ele olha o Cristiano Ronaldo na seleção portuguesa com algumas regalias. E aí ele vem para a seleção brasileira e é humanamente normal, porque está no nível desses jogadores, que tente algum tipo de regalia. Por ser tecnicamente o melhor jogador do Brasil. Só que aí cabe a nós mostrarmos a ele que algumas situações que não prejudique, ok. Outras, não. Na maioria dos casos, ele vai fazer o que fazem todos os jogadores”, disse.
“Foi assim que o Felipão fez com o Ronaldo em 2002. Era uma referência técnica também para o grupo. E o Neymar entendeu perfeitamente, zero problema”, completou.
Perguntado sobre quais tipos de regalias o atleta teve, Juninho disse: “coisas bobas que não prejudicariam a gente.” Ele explica ainda que o acesso de amigos e familiares ao hotel da seleção não era necessariamente uma regalia.
“Isso é uma das coisas que não podia. Cara, você está 30 dias ali focado naquilo que você tem que fazer. Houve a permissão de familiares no momento certo, não em todo momento. Foi uma coisa que eles observaram em 2018 e que não deu tão certo e a gente mudou. Mas em termos disciplinares foi zero, Neymar, como qualquer outro jogador, foi zero de problema disciplinar. Isso é muito mérito nosso também. A geração é diferente da anterior, é diferente da minha, não é "não porque não”. Tem que ter embasamento”, disse.
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O ex-jogador foi perguntado se era difícil lidar com o craque da seleção brasileira. Juninho conta como resolvia situações envolvendo o camisa 10 da canarinho.
“Eu sempre procuro evitar os conflitos. Eu acho que o conflito sempre é ruim para as duas partes. Mas foi sempre muito tranquilo. Na hora que tinha que falar as coisas menos importantes, o Luis Vagner (ex-gerente da Seleção) falava, e as coisas um pouco mais importantes eu iria falar. Mas em todo momento houve uma aceitação muito boa”, contou ao ge.
Perguntado também sobre a liderança de Neymar, o ex-coordenador da seleção fala sobre a postura do jogador.
“Nós tínhamos várias dinâmicas, de ouvir um pouco esses atletas. O Neymar era um dos que mais falava. Sempre tentou incentivar, mostrar aquilo que ele pensava, nessas reuniões no vestiário também. Claro que ele é muito mais um líder técnico, mas ele consegue também essa liderança fora de campo”, finalizou.
Campeão do mundo pelo Brasil e pelo São Paulo, Juninho deixou o cargo de coordenador da seleção logo após o fim da Copa do Catar, em 2022.