Embaixador do Catar na Copa chama homossexualidade de ‘dano mental’

O país vai "tolerar" visitantes homossexuais, mas “eles têm que aceitar nossas regras”, disse Salman

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
pessoas jogam futebol com bandeira lgbt pendurada em trave de gol
Legenda: Posicionamento do Catar sobre os direitos de LGBTQIA+ gera protestos em todo o mundo. Na foto, ato realizado na Suíça
Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Durante entrevista à emissora de televisão alemã, Khalid Slaman, embaixador do Catar na Copa do Mundo, chamou a homossexualidade de “dano mental”. A fala do ex-jogador do país sede do Mundial está prevista para ser exibida na emissora nesta terça-feira (8). 

Salman, além de ser embaixador da Copa do Mundo este ano, já foi jogador de futebol do Catar. Na conversa, ele ainda chama a homossexualidade de “haram”, que significa um "pecado proibido" no Islã.

O reino do Golfo recebeu críticas antes da Copa do Mundo pelo histórico de direitos humanos, incluindo o tratamento aos trabalhadores migrantes e sua posição sobre os direitos das mulheres e LGBTQIA+. Homossexualidade é ilegal no emirado.

Em protesto, capitães de algumas seleções europeias, como Inglaterra, França e Alemanha, usarão braçadeiras com as cores do arco-íris com a mensagem “One Love” em uma campanha antidiscriminação. 

Alemanha 

Torcedores nos estádios da Alemanha pediram, no último sábado  (5), o boicote à Copa do Mundo. Nancy Faeser, ministra do Interior do país, disse durante visita ao Catar, na semana passada, que só verá o campeonato após receber “garantias de segurança” do primeiro-ministro do emirado para os torcedores LGBTQIA+.

Outros deputados alemães também acompanharam a ministra durante sua visita ao Catar, mas a comissária de direitos humanos do governo, Luise Amsteberg, não participou da viagem.

Faeser declarou que a Copa do Mundo no Catar era algo “muito sensível” do ponto de vista de Berlim, o que levou Doha a convocar o embaixador alemão para consultas. 

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