Convocação para a Copa do Mundo do Catar poderá ser a última da carreira de Neymar; entenda
Neymar poderá superar marca de Pelé nesta Copa do Mundo
Neymar se preparou ao máximo para brilhar na Copa do Mundo do Catar, onde pode ter sua última chance de se sagrar campeão mundial e de conquistar o Brasil definitivamente. Aos 30 anos, o camisa 10 chega em grande fase para o torneio em que a seleção é uma das favoritas ao hexacampeonato, após terminar as eliminatórias sul-americanas como líder invicto, com pontuação recorde de 45 pontos em 17 jogos.
Neymar superou os rumores que o colocavam longe do Paris Saint Germain este ano e protagonizou seu melhor começo de temporada, com oito gols e seis assistências nos primeiros cinco jogos, ofuscando Lionel Messi e Kylian Mbappé.
Ele desembarca no Catar com a possibilidade de superar Pelé como maior artilheiro da história da Seleção. Ele atualmente acumula 75 gols, dois a menos que o 'Rei'.
FOCADO
De 75 gols, oito foram marcados nas eliminatórias sul-americanas, na qual ele foi o vice-artilheiro, atrás do boliviano Marcelo Moreno, com 10 gols. Ele também deu oito assistências nos dez jogos que disputou, criando belas parcerias com Richarlison e Lucas Paquetá.
Para a alegria da seleção brasileira o camisa 10 também evitou novas lesões, irregularidades e sanções como as que já abalaram uma carreira que muitos previam que fosse mais vitoriosa a esta altura, com Copa do Mundo e Bola de Ouro incluídos. Esses fatores influenciaram atuações menos empolgantes do que o esperado em torneios com a Seleção, incluindo as duas Copas do Mundo que disputou.
Uma pancada do colombiano Camilo Zúñiga nas costas provocou uma fratura na vértebra e o fez sair de maca nas quartas de final no Mundial do Brasil de 2014, o tirando do fatídico 7 a 1 contra a Alemanha nas semifinais. E na Rússia em 2018 não conseguiu evitar a vitória da Bélgica por 2 a 1. Ele ficou de fora da Copa América de 2019, vencida pelo Brasil, devido a uma ruptura de ligamento no tornozelo direito e perdeu a final de 2021 diante da Argentina de Messi, em pleno Maracanã.
Por outro lado, comemorou a Copa das Confederações de 2013 e a medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
POLÊMICAS FORA DE CAMPO
Embora com a bola nos pés tudo tenha corrido maravilhosamente bem, fora dos gramados ele continua alimentando seu histórico polêmico, justamente em um momento em que parecia se reconciliar com a torcida do Brasil. Os torcedores o aplaudiram no último jogo da Seleção no Maracanã pelas eliminatórias sul-americanas em março. Foi a coroação de um atleta com quem viviam entre tapas e beijos e que cinco meses antes havia dito que o Catar seria sua última Copa do Mundo, algo que Tite questionou.
"Vejo como a última, porque não sei se tenho força mental para continuar jogando futebol", disse o astro em um documentário.
A reconciliação do craque no Maracanã parecia ser uma nova mão estendida apesar de suas muitas tempestades, incluindo denúncias de violência sexual, processos judiciais, simulações nos gramados e supostos desentendimentos com Mbappé. Mas seu último ato extra-futebol, o apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de outubro, voltou a acender a fogueira em um Brasil altamente polarizado.
"Seria maravilhoso: Bolsonaro reeleito, Brasil campeão e todo mundo feliz", disse ele ao acompanhar, de Paris, um evento de campanha, no qual prometeu dedicar ao presidente o primeiro gol no Catar.
O apoio político foi a desculpa para alguns mostrarem sua ruptura com o craque e com a seleção, que nos últimos anos tem perdido o interesse dos brasileiros.
Neymar, porém, parece obstinado em se imortalizar, com ou sem barulho: "Quero realizar meu maior sonho da vida, que tenho desde pequeno". Se trata, é claro, de ganhar a Copa do Mundo.