Clubes alegam mais prejuízo com paralisação do Estadual estendida

Clubes já alegavam dificuldades de manter seus elencos com a paralisação até o dia 21, e com prolongamento por mais uma semana, times como Icasa e Pacajus temem se desfazerem dos elencos

Legenda: O Icasa disputará a Série D em 2022
Foto: Antônio Rodrigues

Com isolamento social rígido no Estado do Ceará estendido por mais uma semana, o Campeonato Cearense continua suspenso até o dia 28 e com isso, os clubes que disputam o Estadual alegam prejuízos crescentes. Ainda que clubes como Ceará e Fortaleza sejam mais estruturados e joguem a Copa do Nordeste normalmente, o Ferroviário esteja treinando e  aguardando sua estreia na Copa do Brasil, e o Atlético continue treinando, clubes como Icasa, Pacajus, Caucaia e Crato tem o planejamento comprometido.

Em contato com o Diário do Nordeste, alguns clubes destacaram que o prolongamento do decreto era esperado, mas que os prejuizos com os elencos são grandes.

No Icasa, as dispensas continuaram, com o clube planejando até liberar mais jogadores e o técnico Washington Luiz, como revelou o presidente França Bezerra.

"A expectativa era pelo prolongamento do decreto. Estamos nos desfazendo do time. Não tem como a gente continuar, um mês parado. Entendemos que em abril também será de decreto, e cria um problema, pois temos salário para pagar. A solução foi emprestar alguns jogadores, como o Thiaguinho e o Carlão, diminuindo salários para mantê-los. Cerca de 50% do grupo deve ir embora, inclusive a comissão técnica. O Washington Luiz é um grande treinador mas não tem como mantê-lo", explicou.

O presidente do Icasa planeja liberar os jogadores e Washington Luiz para um retorno para o fim do campeonato.

"Se o campeonato voltasse já na outra semana, poderíamos até manter o Washington e um grupo, mas não terá condições. O decreto deve ser renovado. Enquanto a curva da Covid não diminuir, o Governador não vai liberar. Então, estamos planejando liberar o treinador e os jogadores, vamos conversar na segunda-feira, e fazermos um acordo de liberação. Ele é um técnico de categoria, a situação financeira ficou difícil e devemos fazer um acordo para um retorno quando o campeonato voltar".

O Pacajus deve tomar outras providências ainda esta semana após manter o grupo treinando até o dia de ontem. O presidente do clube, Cristiano Cortez, criticou a manutenção da Copa do Nordeste e Copa do Brasil e a paralisação do Estadual.

"A gente tem que acatar e decreto e pensar no que fazer daqui pra frente. É difícil para todos os clubes, exceto Ceará e Fortaleza. Tínhamos um planejamento para ficar até o dia 21 treinando, esperando o decreto. Nao consigo entender como pode ter jogo de Copa do Nordeste, Copa do Brasil e não de Estadual. É tudo sempre em beneficio de Ceará e Fortaleza, não tem explicação, ninguém olha para os outros clubes. Vamos aguardar, mas está muito difícil. vamos tentar ao máximo até onde a gente consegue. Não dispensamos ninguém, seguramos e ag0ra vamos nos reunir e pensar no que vamos fazer".

Legenda: Caucaia e Pacajus estão entre os clubes prejudicados com a suspensão do Estadual
Foto: THIAGO GADELHA

Outros clubes

Caucaia e Crato liberaram seus elencos e não tem previsão de retorno. Já o Atlético mantém as atividades, até porque joga a Série D do Brasileiro.

Já o Ferroviário, aguarda a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcar o jogo da Copa do Brasil diante do Porto Velho (RO), que foi adiado na última quinta-feira.

Em contato com o DIário do Nordeste, o presidente do Ferroviário, Newton Filho, adiantou que o clube ainda não recebeu nenhuma sinalização de quando será a partida e que o time contunua treinando. "Vamos continuar treinando e aguardando a data do jogo", disse ele.

Federação

O presidente da FCF, Mauro Carmélio, em contato com o Diário do Nordeste, informou que as reuniões estão suspensas mas que tem conversado com todos os clube sobre queixas e soluções.

""Diariamente estamos conversando com os presidentes dos clubes. Com os oito que participam. Estou recebendo problemas de todos os clubes, e a gente vai anotando, guardando, pensando em soluções. Os problemas são de todos os clubes, não só da 1ª Divisão, como da 2ª, da 3ª, Feminino, categorias de base, ligas de Interior. Portanto, é um problema grande e ninguém gostaria de passar por isso, por estar crise sanitária. Está tudo parado e muita coisa para resolver no futebol cearense".