Ceará, Fortaleza, Copa do Mundo… Como anda a responsabilidade com o futebol feminino?
Três equipes cearenses já conquistaram vaga na elite nacional da modalidade
O Fortaleza chegou ao inédito acesso à primeira divisão do futebol feminino brasileiro neste domingo (6), quando empatou com o Minas Brasília, no PV. É o terceiro time cearense a conquistar vaga na elite da modalidade. Em 2022, o Ceará também conseguiu o feito e ainda ergueu a taça da Série A2. Entre 2013 e 2016, o Caucaia foi a equipe que mais disputou a competição. No país que vive a expectativa para sediar a primeira Copa do Mundo da categoria no continente sul-americano, o desafio local é dar estabilidade ao que já foi construído.
Invictas, as Leoas vão para as semifinais da competição numa campanha com cinco vitórias e quatro empates. Sob comando de Erandir Feitosa, terão pela frente um duelo difícil contra o Botafogo. Depois de bater na trave por cinco anos, o grupo tricolor conquistou a vaga inédita na Série A1 de 2026 e olha além: sonha com o título. Elas podem e devem. Quem vai duvidar disso?
As Meninas do Vozão já sentiram essa alegria. Ergueram a taça ao vencer o Athletico-PR no mesmo PV, em 2022. Mas enquanto sobrava euforia pela conquista delas, faltava certeza de uma reta final de temporada sem que o pior ocorresse: o rebaixamento do time masculino do Brasileirão. Com o orçamento reduzido, de acordo com a diretoria, o clube optou por desistir da competição do ano seguinte e foi rebaixado para a Série A3.
De 2025 em diante
No último dia 2 de julho, o amistoso da seleção feminina contra o Japão gerou recordes de audiência para a Globo, emissora que transmitiu o duelo. Os dados são da Kantar Ibope Media. A Eurocopa Feminina, realizada na Suíça, começou com mais de 600 mil ingressos vendidos. Há um potencial que precisa ser ampliado. É estratégico compreender como um investimento, não gasto. Ampliar a perspectiva também como produto, para um mercado cada vez mais aberto.
Independente do quanto cada clube invista, de acordo com sua realidade, é salutar pensar o futebol feminino não só como projeto, mas como uma realidade maior, que se sobrepõe à medida que a sociedade se transforma. Manter o que já foi feito é um passo elementar para isso, pois solidifica os processos, amplia os vínculos. Resultado disso é a base. Jogadoras saem cada vez mais cedo para equipes do Sul e do Sudeste em busca de mais espaço e melhor preparação. Recentemente, a cearense Fátima Dutra, atualmente na Ferroviária, foi convocada por Arthur Elias para a seleção principal.
Além disso, melhorar as condições oferecidas às atletas, fortalecer a base - destaque dos dois lados, trabalhar o elo entre as equipes masculinas e femininas. E trazer novos elementos: Como aproximar mais o torcedor? Como tornar o staff ainda melhor? É interessante ter mais calendário?
Em 2026, um ano antes da Copa do Mundo no Brasil, o estado do Ceará terá duas equipes na disputa do Brasileiro Feminino. As Leoas na Série A1, e as Meninas do Vozão na A3. A capital cearense será palco de seis partidas da elite mundial da modalidade. Antes, pode receber amistosos da Seleção Brasileira. É válido refletir: que responsabilidade com o futebol feminino queremos mostrar para o mundo?
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