Projeto de segurança deixou Maracanaú por ruído entre Governo do CE e Secretaria Nacional, diz Moro
Ainda no início do mês passado, o governador Camilo Santana (PT) encaminhou ofício ao ministro questionando a desistência
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou, nesta quarta-feira (8), que o município de Maracanaú não foi contemplado com o projeto-piloto do Plano Nacional de Segurança do Governo Federal por "ruído" entre o Governo do Estado e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), comandada pelo ex-tucano General Guilherme Theophilo.
"Nessa questão da cidade do Ceará, houve uma espécie de ruído entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública e o Governo do Estado do Ceará. No meu ver, é coisa menor, mas acabou se optando num primeiro momento para ser a outra cidade, em Pernambuco. É um projeto que queremos expandir, queremos atender a todos", disse durante participação na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.
A declaração do ministro ocorreu após questionamento do deputado federal Capitão Wagner (Pros). O parlamentar pediu explicações pela mudança no planejamento de Brasília, argumentando, ainda, que havia uma "expectativa" pela instalação do planejamento de segurança no Ceará. O projeto-piloto será instalado em Paulista, em Pernambuco.
Indicadores
Moro afirmou ainda que as cidades foram escolhidas a partir de indicadores, que seriam a "incidência de crime, a capacidade de podermos atuar naquele município, proximidade com sede da Polícia Rodoviária Federal e a questão fiscal porque vai ter que ter a participação do Estado e município". O município da Região Metropolitana de Fortaleza estava entre as cinco cidades iniciais escolhidas para o projeto.
Ofício
Ainda no início do mês passado, o governador Camilo Santana (PT) encaminhou ofício ao ministro Sérgio Moro questionando a desistência. Na época, o petista negou que houvesse falta de interesse por parte do Palácio da Abolição em relação ao projeto.
"Solicitamos a Vossa Excelência examinar os critérios que motivaram a retirada de Maracanaú como sede nordestina do Plano Nacional de Enfrentamento aos Crimes Violentos. Estamos confiantes de que tal decisão, tomada sob a falsa alegativa de desinteresse do Governo do Ceará, há de ser revertida, à luz de uma avaliação objetiva e imparcial", dizia o texto.
Ainda no final de março, o ex-adversário do governador na eleição de outubro do ano passado disse que a intenção de trazer o programa para o município cearense não avançou “por falta de apoio do governador do Estado”. Questionado sobre qual seria a parte que caberia ao Governo Estadual, o secretário destacou que o plano só terá efetividade com um trabalho nas três esferas - municipal, estadual e nacional.
A assessoria do Governo do Estado foi procurada para comentar as declarações de Sérgio Moro, mas até a publicação desta matéria não expôs nenhuma manifestação.