Manifestantes pedem impeachment de ministro Gilmar Mendes em protesto na Praça Portugal

A manifestação também mirava em ministros como Dias Toffoli, presidente do STF, e Alexandre de Moraes

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(Atualizado às 20:40)
Legenda: Protesto na Praça Portugal
Foto: Foto: Flávio Rovere

Manifestantes se reuniram na Praça Portugal, neste domingo (17), para aderir ao movimento “Brasil contra Gilmar Mendes”, que pede o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal. Organizado pelos grupos Conexão Patriota, Endireita Fortaleza, Consciência Patriótica, Movimento Brasil Conservador e Oração por Bolsonaro, o movimento reuniu algumas dezenas de participantes.  

“A gente fez o chamamento muito em cima da hora. Apesar de ser um movimento nacional, a gente começou o chamamento só na quinta-feira", disse o jornalista Roberto Barros um dos organizadores do ato, que acredita que o movimento pode pressionar o Senado a pautar o impeachment de Gilmar. “Nunca aconteceu um impeachment de um ministro do STF, mas muitas coisas disseram que nunca ia acontecer, o impeachment da Dilma, a eleição do Bolsonaro”, disse. 

O voto de Gilmar Mendes, considerando a presunção de inocência ao decidir que não se pode prender alguém até que estejam esgotadas as possibilidades de recurso, foi o estopim para o protesto. “A principal, a mais recente, que não foi uma decisão só dele, mas nós sabemos que ele é o mentor, foi a decisão sobre a prisão após condenação em segunda instância. Foi uma força para o crime organizado no Brasil, como se o crime compensasse. O ministro Gilmar Mendes vem agindo em prol de soltar criminosos de vários tipos”, disse Amanda Martins, do movimento Consciência Patriótica. 

A manifestação também mirava em ministros como Dias Toffoli, presidente do STF que deu o voto decisivo contra a prisão em 2ª instância, e Alexandre de Moraes, que votou a favor, mas, no voto, se posicionou contra o “radicalismo político” que, segundo ele, tem pautado as críticas contra o Supremo. Entre músicas e pronunciamentos criticando Gilmar Mendes e enaltecendo Bolsonaro, orações e o hino nacional, era comum ouvir de manifestantes do alto do trio a expressão “efeito dominó”, como se o impeachment de Gilmar fosse o ponto de partida para o de outros ministros. 

Embora a pauta predominante fosse nacional, também era possível ver questões locais no protesto. Um boneco inflável com caricaturas do prefeito Roberto Cláudio, do governador Camilo Santana e do ex-ministro Ciro Gomes foi colocado na praça, em tom crítico ao grupo político em questão. A crítica era voltada principalmente a Roberto Cláudio, cujo desenho trajava camisa vermelha, com o símbolo do Comunismo, e segurava uma maleta de dinheiro onde estavam escritas as palavras “alvarás”, “zona azul”, “IPTU”, “burocracia” e “multas”. 

Bandeiras estrangeiras 

No protesto cheio de referências patrióticas, chamava atenção a presença de bandeiras estrangeiras. Em meio a dezenas de camisas de apoio a Bolsonaro e outros aliados, o  vendedor Oséias Queiroz (35) exibia uma bandeira americana. “É por causa da aliança do Brasil com os Estados Unidos. Historicamente nós somos aliados dos Estados Unidos”, explicou. 

Já Inácio Carlos (67) andava pela praça enrolado com a bandeira de Israel. “A bandeira de Israel representa a verdade. A verdade está na bíblia. A verdade é a palavra. A verdade é Jesus Cristo”, disse o analista de sistemas sobre o país asiático que tem pouco mais de 2% de cristãos. 82% da população de Israel segue o Judaísmo como religião. 

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