Bolsonaro critica governadores que não seguirão decreto federal de atividades essenciais

Presidente diz que a decisão negativa dos governadores afronta o estado democrático e aflora o autoritaristmo; Camilo Santana (PT) se posicionou contrário ao decreto

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente criticou os governadores em postagem nas redes
Foto: Foto: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou, nesta terça-feira (12), governadores que declararam que não vão cumprir o decreto federal que incluiu como atividades essenciais academias, salões de beleza e barbearias. Camilo Santana (PT), governador do Ceará, se posicionou contrário à decisão do presidente. 

A inserção desses setores no rol de negócios essenciais durante a pandemia do novo coronavírus foi publicada na segunda-feira (11).

"Os governadores que não concordam com o decreto podem ajuizar ações na Justiça ou, via congressista, entrar com projeto de decreto legislativo", escreveu Bolsonaro no Facebook.

Bolsonaro ainda disse que a decisão negativa dos governadores "afronta o estado democrático e aflora o indesejável autoritarismo no Brasil". O presidente ainda justificou que a decisão foi tomada para "atender milhões de profissionais, a maioria humildes, que desejam voltar ao trabalho".

Amparados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores disseram que vão ignorar o decreto presidencial. Entre os chefes de governo estadual que já anunciaram o não cumprimento do decreto do presidente, está Camilo Santana (PT), do Ceará. 

O governador cearense se posicionou contrário ao presidente nesta segunda-feira (11), quando Jair Bolsonaro anunciou a mudança no Palácio do Planalto. Outros governadores também anunciaram que os estados não seguirão as recomendações do presidente, como Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão; Helder Barbalho (MDB), do Pará e Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo.

Pela decisão do STF, prefeitos e governadores conhecem melhor a realidade local e a palavra deles prevalece em relação à do governo federal na permissão para determinados serviços voltarem a funcionar.

O ministro da Saúde, Nelson Teich, participava de uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto enquanto Bolsonaro fazia o anúncio e foi avisado do fato por repórteres. Aparentando estar surpreso e desconhecer o anúncio de Bolsonaro, Teich disse que sua equipe não participou das discussões que levaram à inclusão desses setores, o que é feito pela Pasta da Economia e pelo presidente Bolsonaro. 

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