Maranguape tem 93 bens tombados pelo próprio Município

Escrito por Thatiany Nascimento , thatiany.nascimento@svm.com.br
Legenda: A Casa de Cultura Capistrano de Abreu foi construída na primeira metade do século XIX
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Em Maranguape, cidade localizada na Região Metropolitana de Fortaleza, cujas origens civilizadoras foram no século XVII, há 93 prédios tombados pelo Município. Se considerados somente os tombamentos definitivos, a cidade tem mais prédios protegidos formalmente pelo Município do que Fortaleza, que tem 33 tombamentos definitivos e 54 em análise.

O Solar Bonifácio Câmara, edificado no século XIX, que atualmente abriga a Biblioteca Pública Municipal e a Casa de Cultura Capistrano de Abreu, construída na primeira metade do século XIX, são edificações protegidas em Maranguape e exemplos de riquezas patrimoniais. O Solar Bonifácio recebeu um dos primeiros encontros do movimento abolicionista do Brasil.

O turismólogo e gerente de Cultura e Turismo da Fundação Viva Maranguape de Turismo, Esporte e Cultura

(Fitec), Alexandre Cabral, explica que a proteção desses e das demais edificações tombadas é assegurada por uma lei municipal de 1996, que divide os prédios em três categorias: A, B e C.

Os mais antigos, relata Alexandre, ficam na categoria A. Ao todo, segundo a Prefeitura de Maranguape, 33 prédios estão na categoria A, 24 na B e 36 na C.

"Nós estamos com um projeto para fazer uma atualização da lei de patrimônio histórico porque como ela é uma lei de 1996 e a última atualização que ela passou foi em 2003, nós estamos buscando parcerias com entidades, colégios para fazermos a atualização. Ver quais os prédios que tiveram a fachada danificada e se, porventura, for encontrado algum outro prédio de relevância histórica, fazer essa inclusão", explica Alexandre.

O arquiteto e professor do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Design (Daud) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Romeu Duarte, avalia que dentre os municípios mencionados - Caucaia, Pacatuba, Aquiraz e Maranguape- este último é o único que tem, de fato, uma lei de patrimônio e um conjunto de bens tombados em âmbito municipal, mas isso, segundo ele, ocorre porque "um de seus prefeitos é arquiteto e tomou essa decisão em passado recente".

Mas, o professor pondera que a formalização do tombamento é uma etapa, e "o acervo maranguapense encontra-se em risco de descaracterização e desaparecimento".

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