Caso Marielle: Sigilo de delação de Ronnie Lessa é retirado por Moraes

O ex-PM apontou os irmãos Brazão como os mandantes do assassinato da vereadora

Escrito por Diário do Nordeste/Agência Brasil ,
Colagem com imagens de Ronnie Lessa e Marielle Franco. Ronnie Lessa diz ter recebido proposta de negócio de mais de R$ 100 milhões para matar Marielle
Legenda: Criminoso confessou ter matado a vereadora do Rio de Janeiro e motorista dela, Anderson Pedro Gomes
Foto: reprodução/TV Globo e Renan Olaz/ Câmara Municipal do Rio

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira (7) a retirada do sigilo de dois anexos da delação de Ronnie Lessa, réu confesso pela execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Também foi deliberada a transferência do ex-policial militar para o presídio de Tremembé, em São Paulo. O acusado está preso em um presídio federal em Campo Grande.

O ex-PM é um dos delatores do caso Marielle e apontou, em seu depoimento, os irmãos Brazão como os mandantes do assassinato. Segundo ele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, e Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ), atuaram como mandantes do homicídio da vereadora. 

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A transferência foi solicitada ao ministro pela defesa de Lessa, em função dos benefícios que o acusado tem direito por ter delatado os demais participantes do crime. Conforme determinação de Moraes, dois novos anexos da delação de Ronnie Lessa deverão ser liberados. 

Em março, quando os irmãos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa foram presos, outras partes dos depoimentos de colaboração também foram divulgadas. As oitivas justificaram a decretação das prisões. 

PLANO PARA MATAR MARIELLE 

Na delação, que foi firmada por Lessa com a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele conta que foi procurado para cometer o assassinato em setembro de 2017. A morte de Marielle e Anderson Gomes, motorista da vereadora, ocorreu em março de 2018. 

Lessa cita que recebeu do ex-PM Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé, a arma e o carro usados no crime, e o endereço da parlamentar para iniciar o plano. Macalé também poderia ter matado a vereadora, mas em um das oportunidades estava ocupado. 

"O tempo foi passando, o tempo foi passando, o tempo foi passando, e nada e nada e algumas oportunidades que acabaram surgindo, se eu não me engano, foi no bar, no bar da Praça da Bandeira, um barzinho. Esse dia o Macalé recebeu uma ligação, só que ele estava trabalhando na segurança, ele fazia segurança de uma pessoa. Então, ele não pôde", disse.

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