"Cada um que cuide da sua vida", diz coach após subir a serra com grupo sem itens de segurança
Pablo Marçal afirmou que não se considera "irresponsável" porque acionou o Corpo de Bombeiros para resgatar o grupo
O coach motivacional que liderou uma expedição ao Pico dos Marins, o terceiro mais alto de São Paulo, negou ter sido irresponsável com o grupo de 32 pessoas após conduzir a atividade fora dos padrões de segurança. Ao Fantástico, nesse domingo (16), Pablo Marçal justificou que ele mesmo acionou o Corpo de Bombeiros para resgatar os alunos do curso de liderança diante do mau tempo.
"Está todo mundo aí falando: o Pablo é irresponsável. Eu sou irresponsável com a minha própria vida. Então, cada um que cuide da sua. Eu não me vejo irresponsável, sendo que eu chamei o Corpo de Bombeiros. Porque não precisou. Eu chamei de precaução, contra o grupo inteiro. Eu sou o irresponsável?", argumentou.
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No entanto, os bombeiros classificaram a conduta de Marçal como "irresponsável", já que no dia da atividade conduzida por ele havia indicativo de chuva e ventos de até 80 km/h. A tarefa, cujo objetivo era "destravar códigos da mente", ocorreu no dia 4 de janeiro. Já a operação de resgate do grupo durou 12 horas.
"Havia mais de 30 pessoas na montanha solicitando socorro porque estava uma ventania muito forte, algumas pessoas com hipotermia. Com certeza, uma atitude muito irresponsável. Estavam sem guias lá em cima, muitos sem roupas apropriadas e as condições meteorológicas eram as piores possíveis", detalhou Paulo Roberto Reis, capitão dos bombeiros.
Um dos guias também afirmou à reportagem que chegou a alertá-lo sobre os riscos. "Eu falava para eles: é loucura. Eles insistiam que queriam ir".
Condenado
O palestrante já foi condenado por integrar um grupo criminoso suspeito de desviar dinheiro de bancos, em 2010. Segundo o jornal Metrópoles, Marçal tinha contato direto com dois homens acusados de ser o chefe da organização.
Investigação do Ministério Público Federal (MPF) detalhou que ele coach recolhia e-mails que mais tarde eram infectados com programas invasores e consertava os computadores usados pelo bando.
O agora coach, no entanto, teve a pena extinta em 2018 por prescrição retroativa, já que se passaram mais anos do que a sentença em trânsito em julgado.