Vaticano autoriza benção não litúrgica a casais do mesmo sexo; entenda

Apesar da benção, a Igreja Católica reforçou sua oposição ao casamento homossexual

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
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Legenda: A benção não pode ser feita em igrejas, mas somente em locais como "visitas a um santuário, um encontro com um sacerdote, uma oração recitada em um grupo ou durante uma peregrinação"
Foto: ANDREAS SOLARO / AFP

O Vaticano autorizou pela primeira vez, em um documento oficial divulgado nesta segunda-feira (18), a bênção de casais do mesmo sexo e em "situação irregular" para a Igreja Católica. O documento aponta, porém, que não poderão haver "ritos ou imitações do matrimônio" religioso, pois a oposição ao casamento homossexual continua. 

"Esta bênção nunca acontecerá ao mesmo tempo que os ritos civis de união, nem mesmo em conexão com eles. Nem sequer com as vestimentas, gestos ou as palavras próprias de um casamento", explica o documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovado pelo papa Francisco.

A benção deverá ser feita por ministros ordenados como diáconos, presbíteros e bispos. Como não pode haver ligação, ela deve ocorrer em momentos como "visitas a um santuário, um encontro com um sacerdote, uma oração recitada em um grupo ou durante uma peregrinação". 

É a primeira vez que a Igreja abre caminho de forma clara à bênção de casais do mesmo sexo, um tema que desperta tensões por conta da forte oposição da ala conservadora, especialmente nos Estados Unidos.

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Futuro da Igreja Católica 

A declaração foi divulgada seis semanas após a conclusão do Sínodo sobre o futuro da Igreja Católica, uma reunião mundial consultiva na qual bispos, mulheres e laicos debateram questões sociais como a aceitação de pessoas LGBTQIA+ e os divorciados que se casaram novamente.

No início de outubro, cinco cardeais conservadores pediram publicamente ao papa para reafirmar a doctrina católica sobre os casais homossexuais, mas o documento final do Sínodo não incluiu esta questão.

Em 2021, o Vaticano reiterou sua opinião de que a homossexualidade é um "pecado" e confirmou que os casais do mesmo sexo não podem receber o sacramento do casamento.

Desde sua eleição em 2013, o jesuíta argentino, que insiste na importância de uma Igreja "aberta a todos", tem despertado repetidamente a indignação dos conservadores, especialmente por limitar o uso da missa tradicional em latim em 2021.

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