Conselho universitário recomenda expulsão de aluna de medicina que ironizou paciente
A estudante está suspensa da instituição, por seis meses, após reclamar de atender mulher próximo ao horário de descanso
O conselho universitário do Centro Universitário Cesmac recomendou que a estudante de medicina que reclamou sobre a morte de uma paciente, durante um plantão na Unidade Mista Dr. José Carlos de Gusmão, em Marechal Deodoro, Alagoas, seja expulsa do curso. A jovem, que não teve a identidade revelada, foi suspensa da faculdade pelo período de seis meses.
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Segundo o vice-reitor da instituição, professor Douglas Apratto Tenório, disse, ao portal G1 nesta quarta-feira (16), o parecer do conselho foi enviado para a reitoria da universidade, que decidiu instaurar uma comissão de sindicância para investigar o caso. A apuração deve ser concluída em até um mês. A discente terá um prazo para apresentar a defesa dela.
“Essa foi a primeira vez que o conselho universitário se posicionou pelo desligamento de um aluno. Cabe ressaltar que a instituição não compactua com o posicionamento da aluna, mas sabemos que hoje as pessoas usam as redes sociais de diversas formas e que muitas vezes postam coisas que não deveriam ser publicadas.”
Tenório ainda explicou que decisão da instituição sobre o futuro da estudante deve seguir o princípio da ampla defesa. “Ainda no âmbito do conselho a estudante e seus pais foram ouvidos, mas é necessário que a comissão de sindicância ouça a aluna e que ela possa apresentar sua defesa de forma ampla”.
Após a sindicância ser concluída, o parecer será encaminhado para a reitoria da universidade, que publicará uma portaria com a decisão sobre o caso. A jovem já foi suspensa pele colegiado de professores do curso de medicina da instituição.
Família da vítima deve processar estudante
Segundo a irmã da paciente alvo de comentários irônicos da aluna, a dona de casa Vilma Leite, a família ficou em choque após tomar conhecimento das declarações e pretendem entrar com uma ação judicial contra a jovem.
A aluna fez uma publicação nas redes sociais, na madrugada de 8 de fevereiro, em que se queixa da entrada de Lenilda Leite, irmã de Vilma, na Unidade Mista Dr. José Carlos de Gusmão próximo ao horário de descanso dela. A mulher chegou ao local com edema agudo no pulmão. Em seguida, a discente atualizou o post: "a mulher morreu e eu não dormi”.
"A família está em choque, a filha dela já está vindo de São Paulo, e o filho mora aqui [em Marechal Deodoro]. Eles já estão movendo ação com advogado", disse a dona de casa em entrevista à TV Pajuçara.
Na postagem compartilhada pela estudante na internet é possível observar o nome da paciente e os procedimentos realizados, conforme o portal G1. “Faltando 10 min para minha hora de dormir, chega mulher infartando e com edema agudo de pulmão, e agora já passou 1:30 da minha hora de dormir, tô p...”, escreveu na legenda da imagem compartilhada.
Na publicação seguinte, a jovem usou uma selfie em que faz sinal de positivo com o polegar para informar sobre o desfecho do caso: "Atualizações: a mulher morreu e eu não dormi”.
"Ela não sabia que era o plantão dela? Ela não sabia que iria trabalhar a noite? Qual é o dela? É atender a pessoa direito. Se ela, como estudante de Medicina, está fazendo isso, imagina quando for uma médica. Ela vai matar muito paciente desse jeito. Porque queira ou não a culpa também é dela."
Lenilda Leite morava na zona rural do município e precisou sair de casa às pressas para conseguir atendimento na unidade de saúde durante a madrugada de terça-feira.
"Se fosse a mãe dela, a irmã, uma tia, e sobrinha, algum parente, algum amiguinho dela, eu garanto que ela não tinha feito isso. Ela teria corrido logo para atender e chamar médico ou quem fosse que estivesse lá dentro para socorrer. É revoltante uma coisa dessa", finalizou.
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