Braskem é alvo da PF em investigação sobre crimes cometidos durante exploração de sal-gema em Maceió

Corporação encontrou indícios de que empresa apresentou dados falsos e omitiu informações relevantes aos órgãos públicos

Escrito por Redação ,
Moradores deixam frases em suas casas após serem desalojados, nas proximidades da mina n°18 da mineradora Braskem na lagoa de Mundaú
Legenda: A exploração do minério na capital alagoana pela Braskem aconteceu entre 1976 e 2019
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A Polícia Federal realiza, na manhã desta quinta-feira (21), buscas contra a petroquímica Braskem no âmbito da Operação Lágrimas de Sal, que investiga os crimes cometidos nos anos em que a empresa extraiu sal-gema em Maceió. A atuação do empreendimento na capital acabou resultando num desastre ambiental, com o solo de vários bairros da cidade entrando em processo de afundamento e várias famílias precisando ser desalojadas da área.

Segundo as investigações, foram apurados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra, que visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície.

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Além disso, as autoridades identificaram indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já havia problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas.

Segundo a Polícia Federal, cerca de 60 agentes de segurança cumprem 14 mandados judiciais de busca e apreensão, dos quais 11 são em Maceió, dois na cidade do Rio de Janeiro e um em Aracaju, todos expedidos pela Justiça Federal alagoana. 

A exploração de sal-gema na capital alagoana pela Braskem aconteceu entre 1976 e 2019. Ela resultou numa severa instabilidade no solo de bairros como Pinheiro, Mutange, Bebedouro e adjacências, tornando a área inabitável, tendo em vista os riscos de desmoronamento de casas, ruas e fechamento do comércio, levando mais de 60 mil pessoas a terem que deixar a área atingida.

Rompimento de mina

No início deste mês, uma das 35 minas abertas pela petroquímica para explorar o minério ao longo dos anos entrou em colapso e se rompeu

Em um vídeo, divulgado pela Prefeitura de Maceió, é possível observar o momento que a mina 18 se rompe: 

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