Zumbido no ouvido: o que é, o que causa e tratamento

Condição de saúde pode ter uma causa isolada ou associada a doenças metabólicas, labirintopatias ou alterações hormonais

Escrito por Raísa Azevedo , raisa.azevedo@svm.com.br
Homem com dor de ouvido
Legenda: Conforme especialistas, o tratamento mais eficaz para o zumbido é tratar a condição de base
Foto: Shutterstock

O zumbido no ouvido é uma ilusão auditiva, uma sensação sonora não relacionada a uma fonte sonora externa.

O problema de saúde tem como principal causa o início da perda auditiva, mas pode ser provocado também por distúrbios metabólicos, alterações no labirinto, drogas, alcoolismo e tumores, informa o médico otorrinolaringologista Jorge Evandro*.

Apesar de causar muito incômodo, a maioria dos casos tem tratamento e controle. Especialistas destacaram ao Diário do Nordeste as principais causas, formas de tratamento e a relação da condição de saúde com a ansiedade e a Covid-19. (Veja destaques abaixo)

O que causa zumbido no ouvido?

De acordo com a otorrinolaringologista Juliana Simões*, em até 90% dos casos de zumbido, existem graus variados de perda auditiva.

Ele pode ter uma causa isolada ou associada a outras condições como doenças metabólicas, labirintopatias e alterações hormonais.

Ansiedade: o zumbido pode ter causa emocional?

O zumbido pode, sim, ter causas emocionais. A médica avalia ser muito importante, diante de todo o tratamento, seja a ansiedade a causa ou a consequência, que o paciente faça o acompanhamento para obter  êxito na resposta clínica.

Segundo ela, a ansiedade é uma alteração que quase sempre está presente especialmente em pacientes que possuem zumbido crônico.

Médico examina ouvido de paciente
Foto: Shutterstock

"Nós vemos hoje a ansiedade como um transtorno muito frequente no paciente com zumbido. Imagina você ficar ouvindo um barulho, e esse barulho geralmente ser repetitivo, constante o dia inteiro. Pacientes com zumbido devem ser tratados com empatia, eles devem ser acolhidos, para que a gente consiga de uma forma mais global controlar este sintoma tão incômodo", diz a especialista.

Ela incentiva que o tratamento seja levado à risca pelo paciente para melhores resultados. "O paciente não pode desistir de buscar auxílio médico, não pode se acomodar com essa percepção auditiva e realmente buscar uma reabilitação", aconselha.

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"Normalmente, a percepção do zumbido aumenta quando o estado emocional está abalado. O zumbido, quando constante e em volume alto, pode levar à alteração emocional", acrescenta Jorge Evandro.

Covid-19

A Covid-19 pode trazer inúmeras manifestações otorrinolaringológicas, dentre elas o zumbido, relacionado ou não à perda auditiva.

"Alguns pacientes tiveram perda de audição pós-infecção de Covid-19 e dessas pessoas que tiveram perda, algumas apresentaram o zumbido", relata o médico.

Como tratar

Conforme os especialistas, o tratamento mais eficaz para o zumbido é tratar a condição de base. O cuidado é individualizado, primeiro se identifica a provável causa e se inicia o tratamento adequado, podendo ser remédios, mudanças de hábitos de vida e, em alguns casos, aparelhos auditivos.

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"Se for relacionado a uma perda auditiva, o aparelho de amplificação sonora vai ajudar bastante. Se for uma alteração hormonal, que ela seja corrigida. Alguns pacientes também têm alterações relacionadas a transtornos de ansiedade e depressão, dentre outras condições, mas que exigem maior acompanhamento. Nós temos terapias sonoras e acompanhamento multidisciplinar. A maioria dos casos tem tratamento e controle", garante Juliana Simões.

O que pode ser zumbido no ouvido ao deitar?

"Durante o dia os sons do ambiente acabam mascarando, camuflando o barulho do zumbido. Durante a noite, pelo silêncio, é normal a maior percepção do zumbido. Todo paciente com zumbido deve fazer uma avaliação com otorrino, para realização de exames e início do tratamento adequado", destaca Jorge Evandro.

*Jorge Evandro é médico otorrinolaringologista formado pela Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte (FMJ - CE).

**Juliana Simões é médica formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Otorrinolaringologista formada pela UNIFESP/EPM e Fellowship em rinologia funcional também pela UNIFESP/EPM

 

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