Terceira vítima acusa médico cardiologista de assédio sexual no Cariri: 'fiquei paralisada'

A violência ocorreu no consultório do profissional de saúde quando a paciente foi mostrar um exame

Escrito por Redação ,
Viatura da Delegacia Municipal de Barbalha
Legenda: A Delegacia Municipal de Barbalha investiga as denúncias contra o profissional de saúde
Foto: Divulgação/SSPDS

Mais uma mulher acusa um médico cardiologista de praticar assédio sexual durante uma consulta em Barbalha, na região do Cariri cearense. A estudante de 30 anos fez um Boletim de Ocorrência nesta sexta-feira (11) após se sentir encorajada com o relato de outras duas mulheres.

O caso aconteceu em 2019, no Hospital do Coração do Cariri, localizado em Barbalha, de onde inclusive o agressor já foi afastado. A mulher, que pediu para não ser identificada, se consultou com o profissional de saúde após realizar um eletrocardiograma como exame para uma cirurgia que ela realizaria na região do períneo. 

Segundo a vítima, em entrevista à TV Verdes Mares Cariri, o crime sexual ocorreu na maca do consultório

Ele mandou eu deitar na maca e tirar a parte de baixo e colocou a mão dele na minhas partes íntimas sem luva cirúgica. Ele ficou perguntando se eu estava sentindo o dedo dele. Demorou um pouco, eu fiquei paralisada, não consegui falar nada. Fiquei em choque sem entender o que estava acontecendo
Vítima do médico no Cariri
Estudante

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Violência sexual em consultório 

A mulher conta que a violência sexual durou cerca de 15 minutos. Um técnico de enfermagem chegou a entrar na sala minutos antes do crime e foi repreendido pelo médico por não ter batido na porta.

"Na época, achei que o que ele estava fazendo poderia ser parte do procedimento, por conta que eu ia fazer uma cirurgia íntima. Hoje, como eu vi outros relatos decidi me juntar a elas para ele não ficar impune, para não aontecer com outras pessoas. Ele não é digno de continuar numa profissão. É para ele cuidar e zelar, e não se aproveitar de mulheres", desabafa. 

Após o assédio, a mulher de 30 anos, conta que desenvolveu quadros de ansiedade: "[...] E eu não deixo qualquer homem chegar perto das minhas meninas, já fico com aquele cuidado, quero saber o que está acontecendo. Não quero que aconteça com elas o que aconteceu comigo". 

Denúncias 

Os primeiros casos foram divulgados nessa quinta-feira (10), após duas vítimas relatarem os crimes sexuais à TV Verdes Mares. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) investiga as denúncias por meio da Delegacia Municipal de Barbalha. 

Ela se identificaram como uma paciente e uma ex-colega do cardiologista, que também é médica.

A paciente de 33 anos relatou que, durante o atendimento, ele trancou a porta do consultório e começou a fazer perguntas sobre sexo. Conforme a vítima, o médico  disse "que iria arrumar um namorado pra ela". O caso aconteceu em março. 

A segunda vítima, que trabalhou com o médico no Hospital do Coração do Cariri, disse que, desde quando o cardiologista descobriu que ela estava solteira, começou a mandar mensagens para ela. Em dado momento, durante um plantão no hospital, a mulher diz ter sido assediada por ele. 

Médico foi afastado 

O Hospital do Coração do Cariri, onde dois dos casos ocorreram, informou em nota que o cardiologista foi afastado de suas funções em 25 de outubro, após a instauração de um processo administrativo.

A unidade disse que direção só tomou conhecimento do caso em outubro deste ano.

Já a direção da Policlínica de Barbalha, procurada pela reportagem da TV Verdes Mares Cariri, declarou que só irá manifestar-se a partir de notificação oficial, por parte do órgão competente. A emissora também tentou contato com o médico, mas não obteve resposta. 

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