'Quando eu me virei, não vi mais nada', relembra idoso atropelado em Maracanaú

"Nasceu de novo". Foi isso o que aconteceu com o aposentado Adriano Alexandre de Lima, de 67 anos, segundo definição de um profissional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Adriano foi atropelado na tarde deste domingo (31), quando voltava para casa com a esposa após ambos fazerem compras, em Maracanaú (Região Metropolitana de Fortaleza). O condutor do veículo foi autuado com sinais de embriaguez.

"Eu tinha ido fazer umas compras no supermercado e vim de lá para cá na calçada. Quando eu passei depois do sinal um pouco, tem uma parada de ônibus e vinha eu e minha esposa. E eu ouvi um barulho atrás da gente. Quando eu me virei não vi mais nada, o carro já tinha me pegado [...] me jogou para cima e eu sei que quando caí não vi mais nada", comentou.

A esposa dele, a doméstica Ana Célia Nogueira, 53 anos, não chegou a ser atingida pelo automóvel. "Quando de repente eu ouvi aquele barulho, ele ainda quis olhar pra trás, [...] e eu vi só a pancada", relatou. "Não pegou em mim porque ele tava mais do lado", afirma ela, que machucou apenas um dedo no acidente.

O idoso comenta que desmaiou por alguns minutos. Ao recobrar a consciência, percebeu que havia uma grande quantidade de pessoas ao redor. "Chamaram o Detran, a Polícia", diz ele, acrescentando que uma ambulância foi acionada ao local. Ele foi levado ao Hospital Pajuçara Doutor Dionísio.

Após exames, os médicos disseram que ele não quebrou nada, apenas teve uma luxação na perna. Adriano, porém, sente muitas dores. "Tomei injeção, ele passou uns comprimidos pra mim e eu voltei pra casa", ressaltou, afirmando que não consegue andar direito. "Graças a Deus não quebrei nada, mas tô com muita dor na perna e nas costelas", complementou.

De acordo com Ana Célia, o motorista permaneceu no local com a esposa dele, que também vinha no veículo. "Ele veio lá onde a gente estava e ficou só olhando, não falou nada. A esposa dele que falou assim: 'tá vendo o que tu fez?'". Ela pontuou que ele estava com sinais de embriaguez e que somente o braço dele estava ferido.

Ainda conforme a esposa, o sogro do motorista, que ficou detido, dirigiu-se à residência do casal pedindo que eles se manifestassem para o soltarem. A vítima e a esposa, entretanto, não foram a delegacia. Eles também não têm interesse em processar o homem causador do incidente.