Policial militar que se passava por médico no Ceará volta a ser preso, no Rio Grande do Norte

O soldado era alvo de um mandado de busca e apreensão, mas foi preso em flagrante na posse de um ilícito

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Falso médico publicava fotografias dos plantões médicos em uma rede social
Legenda: Falso médico publicava fotografias dos plantões médicos em uma rede social
Foto: Reprodução

O soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, preso em julho deste ano por exercício ilegal da Medicina em uma cidade cearense, foi alvo da Operação Curandeiros, deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) na última quinta-feira (15).

O MPRN divulgou que um médico e dois falsos médicos são suspeitos de cometer os crimes de exercício ilegal da Medicina, falsidade ideológica e associação criminosa, em municípios do Interior do Rio Grande do Norte. Dois deles foram presos em flagrante, na posse de ilícitos - inclusive Khlisto Sanderson, confirmou o MPRN. O policial militar estava com documentos falsos.

Secretários municipais de Saúde também são investigados. A investigação foi iniciada por uma denúncia anônima de que dois falsos médicos atuavam no Centro de Saúde Tibúrcio da Silveira Freire, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Ipanguaçu.

Um desses falsos médicos é formado em Medicina pela Universidade Autônoma San Sebastián (UASS), localizada no Paraguai, mas não possui cadastro no Conselho Regional de Medina, situação essa que perdura até hoje. O outro falso médico investigado é policial militar do Ceará e não é formado em Medicina. Ele já foi preso em julho deste ano cometendo o mesmo crime em uma cidade do interior cearense."
Ministério Público do Rio Grande do Norte
Em publicação

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A reportagem apurou, com uma fonte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), que o alvo do MPRN é Khlisto Sanderson, soldado da Polícia Militar do Ceará que recebeu voz de prisão da prefeita de Paraipaba, Ariana Aquino, por se passar por médico no hospital municipal, no dia 16 de julho deste ano.

De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Norte, os falsos médicos "falseavam as informações dos documentos médicos que preenchiam e forneciam aos pacientes, utilizando o carimbo do médico legalmente contratado pelo Município e falsificando a assinatura. O médico estava plenamente integrado a esse esquema". Ele foi preso em flagrante por uso de documento falso.

O Diário do Nordeste já havia antecipado, após a prisão de Khlisto no Ceará, que ele também era suspeito de se passar por médico e advogado, no Rio Grande do Norte.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos, celulares e vários receituários médicos em branco já assinados
Legenda: Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos, celulares e vários receituários médicos em branco já assinados
Foto: Divulgação/ MPRN

Cumprimento de mandados judiciais

Segundo informações do MPRN, a Operação Curandeiros cumpriu 7 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio Grande do Norte de Upanema, Paraú, Campo Grande, Mossoró, Parnamirim e Triunfo Potiguar. Ao todo, seis promotores de Justiça, 16 servidores do Ministério Público e 28 policiais militares participaram da ação.

A Justiça potiguar também determinou a suspensão do exercício de função pública do médico, com afastamento das atividades, sem remuneração, nas Prefeituras de Ipanguaçu, Triunfo Potiguar, Caraúbas, Janduís, Pedro Avelino, Angicos, Porto do Mangue, Fernando Pedrosa e em eventuais outros Municípios onde ele tenha contrato. 

O médico e os dois falsos médicos irão utilizar tornozeleiras eletrônicas, não poderão sair das cidades onde residem e terão que ficar recolhidos em casa, de segunda a sexta-feira, das 17h às 5h, e nos finais de semanas e feriados integralmente.

Dois dos investigados foram presos em flagrante. Um deles estava de posse de uma arma de fogo e munições; e o outro portava documento falso. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos, celulares e vários receituários médicos em branco já assinados. 

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