Polícia conclui que tiro em escola de Sobral foi acidental e que vítimas não praticaram bullying
Um único disparo conseguiu atingir três adolescentes e matar um
O disparo que atingiu três adolescentes — e matou um deles, de 15 anos de idade — em uma escola pública de Sobral, no início deste mês de outubro, foi acidental. A conclusão foi anunciada pela Polícia Civil do Ceará nesta quinta-feira (27), em coletiva à imprensa.
De acordo com as investigações, o adolescente apontado como responsável pelo ato apertou o gatilho quando a arma ainda estava dentro de sua mochila. Um único tiro atingiu os três outros adolescentes que sentavam na mesma fileira de cadeiras que o suspeito.
Além disso, após ouvir 27 pessoas e colher mais de 30 depoimentos, os policiais confirmaram que o adolescente levou a arma para a escola para se proteger de bullying. Contudo, nenhuma das vítimas era a que praticava o constrangimento contra o suspeito.
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Pesquisa na internet
Meses antes da tragédia, o adolescente, que está apreendido e foi autuado nos atos infracionais análogos ao homicídio doloso e à tentativa de homicídio, havia pesquisado na internet como manusear a arma de fogo utilizada no ato.
Segundo Márcio Gutierrez, delegado-geral adjunto da Polícia Civil, o jovem também chegou a comentar sobre a pistola com amigos do colégio. "A informação que a gente apurou é que o adolescente já havia falado nessa arma de fogo meses antes do ocorrido na escola. Falado pra colegas próximos que teria uma arma", detalhou o delegado.
Arma pode ter sido vendida clandestinamente
Embora as investigações tenham avançado sobre as circunstâncias do momento do tiro, ainda é uma incógnita para a Polícia como a arma de fogo chegou às mãos do adolescente. O dono da pistola, Antônio Felipe de Sousa, 33, que é Colecionador, Atirador desportivo e Caçador (CAC), foi preso preventivamente na semana passada.
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Segundo Gutierrez, o que se sabe é que, meses atrás, Felipe tentava se desfazer da arma, vendê-la. "Uma das linhas de investigação [trabalhadas atualmente] é que ele [o CAC] teria vendido a arma de fogo de forma clandestina", afirmou o delegado-geral.