Morre adolescente de 15 anos baleado por colega em escola de Sobral

O estudante estava internado em estado grave há três dias

Escrito por Redação ,
Júlio César, estudante que foi baleado em escola de sobral e morreu
Legenda: Júlio César, baleado na cabeça, foi um dos três estudantes feridos
Foto: Reprodução

O adolescente de 15 anos baleado por um colega de escola em Sobral, no interior do Ceará, morreu neste sábado (8), após três dias internado em estado grave. Júlio César estava intubado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da  Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Ele levou um tiro na cabeça e, desde que foi admitido no hospital, médicos suspeitavam de morte encefálica. 

A morte do estudante foi informada em nota de pesar pela Escola de Ensino Médio de Tempo Integral (EEMTI) Professora Carmosina Ferreira Gomes, onde ocorreu a tragédia na última quarta-feira (5). O colégio deve voltar as aulas na próxima terça-feira (6), com a sala onde os tiros ocorreram interditada.

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"Neste momento de dor, a EEMTI Prof. Carmosina F. Gomes se solidariza com todos os familiares, amigos e comunidade escolar e expressa as mais sinceras condolências", publicou o perfil da instituição nas redes sociais. 

A Governadora do Ceará, Izolda Cela, se pronunciou na noite deste sábado sobre a morte do adolescente. A gestora pontuou ter recebido com profundo pesar a notícia do falecimento de Júlio César de Souza Alves.

O ex-governador e senador eleito do Ceará, Camilo Santana, também divulgou mensagem nas redes sociais lamentando a morte do garoto e prestando solidariedade aos familiares e amigos do jovem.

Estudante era 'feliz e querido'

Em entrevista ao Diário do Nordeste, antes de saber da morte do garoto, o diretor da escola, Jorge Célio Coelho Aguiar, que há 19 anos trabalha na instituição, falou sobre Júlio com carinho: "Ele é amigo de todo mundo. Um menino feliz, um menino assim um pouco tímido". 

"[...] Tanto que ele não gostava nem de sair muito de sala de aula, mas não era aquela timidez que se destacava, que fosse uma timidez que atrapalhasse. Porque ele brincava, ele participava de brincadeiras, de aulas mais lúdicas, do esporte. Ele é muito querido", declara o diretor. 

Jorge Célio, destacou que não sabe o porquê do episódio violenta e reiterou que a escola não identificou bullying. Ele ainda pontuou os quatro adolescentes envolvidos, incluindo o que atirou, são “educados, estudiosos e participativos”.

Colegas já receberam alta

Além de Júlio César, outros dois estudantes foram baleados pelo colega no dia do crime. No entanto, o caso mais grave era o de Júlio. Os outros dois jovens já receberam alta.

O segundo adolescente sofreu um tiro de raspão na nuca e voltou para casa ainda no dia dos disparos. Já o terceiro, alvejado na perna, recebeu alta hospitalar na quinta-feira (6). 

Tragédia escolar 

Na última quarta-feira (5), um aluno entrou na EEMTI Carmosina Ferreira Gomes, na última quarta, em posse de uma pistola CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador), e atingiu três colegas.

Ele alegou que sofria bullying dos estudantes. Após o ataque, o adolescente saiu da unidade de ensino e seguiu para casa, onde foi apreendido por policiais do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio). 

Segundo o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Sandro Caron, o garoto disse em depoimento que a arma usada para atirar nos colegas de sala pertencia ao pai. Porém, a arma é registrada em nome de um atirador esportivo. [/citacao]

Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o garoto revelou, em depoimento, ter premeditado os disparos. O pai do adolescente e também o CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) foram conduzidos à unidade policial de Sobral e prestaram depoimentos. 

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Investigações 

O inquérito conduzido atualmente pela Polícia Civil do Ceará apura como uma arma de fogo foi parar nas mãos do adolescente. Testemunhas chegaram a dizer que ele falou que o pai era proprietário de uma arma de fogo - fato negado pelo genitor.

O CAC e o pai foram ouvidos na delegacia e liberados após prestarem depoimentos. De acordo com o delegado geral da PCCE, Sérgio Pereira, a autoria dos disparos já está indicada, mas é preciso saber a responsabilidade dos adultos na tragédia.

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