Paulista dado como desaparecido no Ceará foi preso em Fortaleza
O homem de 36 anos tinha um mandado de prisão em aberto pela Justiça de São Paulo pelo crime de lesão corporal. A ordem foi cumprida no começo do mês, após um acidente de trânsito envolvendo o paulista
O paulista Juliano Rodrigues de Jesus, de 36 anos, dado como desaparecido após viajar ao Ceará, está detido no sistema prisional estadual desde o dia 1º de outubro. Ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto pelo lesão corporal, expedido pela Justiça de São Paulo, cumprido quando ele se envolveu em um acidente de trânsito com um policial civil no bairro de Fátima, em Fortaleza. Segundo a Polícia Civil cearense, o homem havia cometido um homicídio no estado de SP.
O boletim de ocorrência (B.O.) do caso detalha que o indivíduo foi preso no começo de outubro, mesmo espaço de tempo em que a família de Juliano alega que ele enviou as últimas mensagens à filha.
Nesta terça-feira (22), a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará (SAP) confirmou ao Diário do Nordeste que ele está preso. A reportagem apurou que ele se encontra na Unidade Prisional de Triagem e Observação Criminológica (UP-TOC), em Aquiraz.
Juliano constava como desaparecido no perfil onde a Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), especializada da Polícia Civil do Ceará (PCCE), divulga pôsteres de pessoas supostamente desaparecida. Entretanto, após ser preso, o paulista teria sido levado por policiais à própria DHPP, no começo do mês, segundo documentos aos quais o Diário do Nordeste teve acesso.
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Por meio de nota enviada na tarde desta terça, a PCCE informou que "equipes da 4ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriram, no dia 1º de outubro, um mandado de prisão preventiva por crime de homicídio, expedido pela Justiça de São Paulo, contra um homem de 36 anos, natural do município de São Sebastião (SP)".
"No momento da captura, o homem não comunicou à PCCE nenhum contato para ciência da família. O homem já responde por outros crimes naquele estado. A família do suspeito registrou Boletim de Ocorrência, no dia 3 de outubro, na 12ª Delegacia do DHPP", diz texto.
Acidente de trânsito terminou em prisão
Segundo o relato do policial civil, Juliano trafegava de motocicleta na contramão e bateu em seu veículo. Quando desceu para conversar, afirmou que notou o homem "visivelmente alterado". O escrivão disse que o paulista fez um Pix de R$ 60 para o reparo do carro, pois era o dinheiro que ele dispunha no momento.
Juliano teria contado que estava desempregado e não conseguia emprego, pois respondia a uma "bronca pesada" em São Paulo. O policial então acessou o Banco Nacional de Mandados de Prisão e verificou a situação, e repassou o caso a uma autoridade policial de plantão.
Como era período eleitoral, havia algumas impossibilidades de prisão, mas foi descoberto que o paulista estava com direitos políticos suspensos devido a uma condenação judicial. O homem recebeu voz de prisão e foi levado até o DHPP.
Juliano passou por audiência de custódia no dia 3 de outubro, e segundo o termo, ele noticiou agressão física por parte do policial civil. Não há novas movimentações relevantes no processo, após esse fato.
Em nota, o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) confirmou as informações, e disse que "Juliano Rodrigues de Jesus foi apresentado para audiência de custódia na 17ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza no último dia 03 de outubro, após a autoridade policial efetivar, no dia 01.10.2024, o cumprimento de um mandado de prisão preventiva expedido pelo TJSP em desfavor do custodiado".
Celular achado em hospital mental
Na última semana, uma mulher encontrou um celular e documentos em nome de Juliano no guarda-volume do Hospital Mental de Messejana, em Fortaleza. A moça entrou em contato com os parentes que moram em São Paulo contando a situação.
Essa mulher tem uma filha que está internada no hospital mental, mas ainda não se sabe se é a mesma que Juliano viajou para encontrar. A jovem teria pedido à mãe que recuperasse esses objetos e tentasse devolvê-los. No entanto, Juliano não é paciente da unidade hospitalar.
A mulher foi a uma delegacia no Centro de Fortaleza, e não conseguiu atendimento. Conforme a tia do desaparecido, ela e a família paulista pediram para que os objetos fossem enviados por correio.