Justiça nega liberdade a líder de facção acusado de ordenar a Chacina das Cajazeiras

Matança deixou 14 mortos, em janeiro de 2018. Defesa de 'Celim' alegou excesso de prazo na prisão e bons antecedentes

Escrito por Redação ,
Forró do Gago foi palco da maior matança da história recente do Estado, com 14 mortos
Legenda: Forró do Gago foi palco da maior matança da história recente do Estado, com 14 mortos
Foto: JOSÉ LEOMAR

A Justiça Estadual negou um pedido de relaxamento de prisão feito por Auricélio Sousa Freitas, conhecido como 'Celim da Babilônia', no processo que trata da Chacina das Cajazeiras, que deixou 14 mortos, em janeiro de 2018. Segundo a Polícia, ele é fundador e líder de uma facção criminosa cearense.

A decisão foi proferida pela 2ª Vara do Júri de Fortaleza, no último dia 14 de abril, e publicada no Diário da Justiça Eletrônico da última sexta-feira (23). O juiz concluiu que permanecem sem modificação os motivos da prisão de 'Celim'.

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No pedido de relaxamento da prisão, a defesa de Auricélio alegou que o réu se encontra preso há mais de dois anos, sem previsão para o início da instrução do processo. E alegou ainda desnecessidade de manutenção da prisão, já que o cliente é réu primário (não possui condenação por sentença transitada em julgado) e é portador de bons antecedentes.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) se posicionou contra a liberdade de 'Celim', o que foi considerado pelo juiz da 2ª Vara do Júri. "Conforme asseverou o membro do Ministério Público, o fato do acusado supostamente integrar organização criminosa de periculosidade reconhecida, por si só, já justifica a prisão cautelar, ainda mais ante a existência de fortes indícios de que seria um dos líderes da organização. Assim, observa-se o alto perigo de reiteração criminosa, o que destaca a premente necessidade de garantia da ordem pública, especialmente em momento de pandemia global", justificou o magistrado.

'Celim da Babilônia' foi o último mandante da Chacina das Cajazeiras a ser preso. A detenção ocorreu em 11 de julho de 2018, em uma abordagem do Comando Tático Motorizado (Cotam), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), a um veículo blindado, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. Ele portava um documento falso, crime pelo qual foi condenado a 2 anos e 11 meses de prisão, na primeira instância, em outro processo.

Crime com 14 mortos

A Chacina das Cajazeiras deixou 14 mortos e nove feridos, na festa do Forró do Gago e nas proximidades, no dia 27 de janeiro de 2018. Três anos e três meses depois aproximadamente, não há previsão para os 14 réus vivos (um morreu de tuberculose, sob custódia do Estado) serem julgados.

De acordo com as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), uma facção cearense cometeu a Chacina com o intuito de dominar a região, que tinha predominância de uma facção carioca rival. Porém, muitas das vítimas não tinham sequer antecedentes criminais.

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