Julgamento de feminicídio em Juazeiro do Norte é marcado pela décima vez

Justiça proibiu a presença do público no Tribunal do Júri e pediu reforço da segurança para a Polícia Militar

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
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Legenda: O crime aconteceu no ano de 2019, em Juazeiro do Norte
Foto: Fabiane de Paula

O julgamento do padeiro Severo Manoel Dias Neto por feminicídio, adiado nove vezes, foi marcado, pela décima vez, na Justiça Estadual para este mês. Ele é acusado de matar a ex-esposa, a costureira Maria Rosimeire de Santana, na frente dos filhos do casal, em Juazeiro do Norte, há 3 anos.

Na última segunda-feira (2), 1ª Vara Criminal da Comarca de Juazeiro do Norte marcou o júri popular para o dia 20 de maio deste ano, a partir de 8h30. A pedido da Diretoria do Fórum local, não será permitida a presença de público no Tribunal do Júri, mas os interessados pelo evento poderão acompanhá-lo por videoconferência.

A Justiça também determinou a intimação do réu, do advogado de defesa, do representante do Ministério Público do Ceará (MPCE) e das testemunhas arroladas no processo criminal. E oficiou ao Comando da Polícia Militar do Ceará (PMCE) de Juazeiro do Norte a designação de policiais para realizarem a segurança do Fórum durante o julgamento.

O último adiamento da sessão do Tribunal do Júri ocorreu no dia 28 de abril deste ano. Na ocasião, a Vara Criminal alegou que o juiz titular da Unidade entrou de licença médica três dias antes e o magistrado que ficou em respondência assumiu a função somente no dia do julgamento e, portanto, não teve tempo hábil para estudar os autos.

O nono adiamento do julgamento do processo decepcionou a família de Maria Rosimeire. "Infelizmente, nós, mais uma vez, ficamos decepcionados. Mas vamos aguardar, não vamos desistir. Porque o que queremos é ver a condenação do réu. Só iremos descansar, ficarmos mais aliviados, quando ele for condenado", afirmou a irmã da vítima, Roseane Santana.

O advogado Roberto Duarte, que representa o réu, destacou à época que "o rito processual para a realização do ato é complexo e que depende de inúmeras diligências e providências por parte do juiz - presidente. Este último adiamento teve apoio em circunstância legítima e justificada, haja vista, o magistrado necessitar de gozo de licença médica".

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Acusado foi solto quase três anos após o crime

A 1ª Vara Criminal da Comarca de Juazeiro do Norte decidiu soltar Severo Manoel Dias Neto, no último dia 8 de fevereiro, em razão do excesso de prazo da prisão, o que o juiz a Justiça considerou ilegal. A prisão do acusado, que aconteceu no dia 9 de abril de 2019, durou quase três anos.

Maria Rosimeire de Santana foi assassinada a tiros na frente dos filhos e da mãe, em uma residência no bairro Betolândia, em Juazeiro do Norte, na noite de 2 de abril de 2019. De acordo com a investigação policial, o relacionamento do casal - que durou 16 anos - era conturbado e Severo não aceitou o término

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Legenda: Severo foi preso quase uma semana após o crime

O réu foi visto, horas antes do crime, nas proximidades da escola do filho mais novo do casal. "Testemunhas afirmaram que nessemomento o réu encontrou a vítima e disse para ela ter cuidado pois ele (réu) iria matá-la", relatou a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE).

O casal estava separado há cerca de 7 (sete) meses quando a vítima Maria Rosimeire procurou a Delegacia de Defesa da Mulher para requer medidas protetivas para que o autor fosse afastado do lar, já que ele não aceitava a separação e por isso não saía de casa. Insta acentuar que em 15/01/2019, o réu fora preso por descumprimento de medidas protetivas e embriaguez ao volante e posto em liberdade em 23/01/2019."
Ministério Público do Ceará
Em denúncia

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