'Faz-se unhas': membros da GDE que se escondiam em casa com placa de manicure são condenados no CE

O grupo foi acusado de tráfico de drogas. Um dos sentenciados é apontado como líder da facção na cidade

Escrito por
Emanoela Campelo de Melo emanoela.campelo@svm.com.br
pcce
Legenda: Suspeitos foram presos por policiais civis
Foto: Divulgação/PCCE

Quatro acusados de participarem da facção Guardiões do Estado (GDE) foram condenados a 71 anos de prisão. Conforme denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), os denunciados mantinham um esconderijo em uma casa na cidade de Aracoiaba, Interior do Ceará.

Por trás da fachada de uma casa com a placa 'Faz-se unhas', onde supostamente haveria serviço de manicure, os suspeitos usavam o espaço para articular o tráfico de drogas, sem que as autoridades desconfiassem. Os réus foram condenados por crimes, como, integrar organização criminosa armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, receptação e porte ilegal de arma de fogo.

Um dos sentenciados é Paulo Michel Silva Oliveira, apontado como líder da facção no município. Consta no relatório de extração de dados e diálogos "que o réu sempre estava à frente nas tratativas sobre a traficância de drogas e a compra e venda de armas, bem como seu esforço para reunir o máximo de membros da GDE na cidade de Aracoiaba".

QUEM SÃO OS CONDENADOS E QUAIS AS PENAS:

Paulo Michel Silva Oliveira: 20 anos, sete meses e 15 dias de prisão
Ryan Hudson Alves Moreira: 17 anos, 10 meses e 15 dias de prisão
Douglas Lima Rufino: 16 anos e três meses de prisão
Erislânia Pereira Silva: 16 anos e três meses de prisão

Todos os acusados foram condenados a cumprir pena em regime inicialmente fechado. Conforme a sentença proferida na Vara de Delitos de Organizações Criminosas e publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) dessa terça-feira (10), "a materialidade e a autoria encontram-se demonstradas nos relatórios de extração de dados que demonstram diversos diálogos a explicitar que os acusados atuavam na venda de drogas".

Também consta na decisão que integrar a facção criminosa evidencia "alto grau de reprovabilidade social", já que "a GDE não objetiva apenas o cometimento de crimes graves, mas também criar um verdadeiro estado paralelo e desafiar a ordem constitucional".

As defesas dos condenados não foram localizadas pela reportagem. Este espaço segue em aberto para possíveis manifestações futuras.

INVESTIGAÇÃO

Os primeiros a serem presos foram Paulo e Ryan. Conforme relatório da Polícia Civil do Ceará (PCCE), na tarde do dia 07 de junho de 2022, os investigadores receberam informações de que faccionados da organização criminosa teriam ido de Maracanaú até Aracoiaba e "que estariam em uma residência de cor branca, com portão simples, possuindo descrição 'faz-se unhas'".

Já no local, os policiais se dividiram para cercar a casa e flagraram a dupla pulando o muro da residência. A casa seria de Douglas Rufino, que além de abrigar os parceiros também estaria repassando informações aos integrantes da GDE sobre posições dos policiais e viaturas de Aracoiaba.

 

 

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