Estudante denuncia ter sido vítima de homofobia em academia de Fortaleza

Crime teria sido cometido por outro aluno do estabelecimento, na tarde dessa terça-feira (13)

Escrito por Redação ,
fachada da Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim)
Legenda: Denúncia é investigada pela Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim)
Foto: Carlos Gibaja/Governo do Ceará

Um estudante universitário de 23 anos denuncia ter sido vítima de homofobia enquanto frequentava uma academia da rede Smart Fit, no bairro Jacarecanga, em Fortaleza. O caso aconteceu na tarde da terça-feira (13) e é investigado pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE). 

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O jovem, que preferiu não se identificar, disse em entrevista ao Sistema Verdes Mares que entrou no banheiro da unidade para trocar de roupa quando escutou uma conversa entre dois alunos. Um deles se referia a homens gays de forma pejorativa, além de incitar a violência contra este público. 

"Vi que tinham dois rapazes conversando a respeito de pessoas entrando e saindo do banheiro, e o agressor falando que estava incomodado e dizendo que isso era coisa de 'viado'", relatou. 

"Eu já estava guardando a roupa na bolsa quando ele olhou para o outro e disse: 'se eu pegasse esses viados na rua eu 'meteria a peia' e ensinaria a virar homem'. Eu retruquei e falei: 'como assim, por acaso alguém te ensinou a ser hétero? Esse tipo de fala é altamente homofóbica, você não pode falar assim', e o outro homem seguindo o mesmo ritmo do meu pensamento", disse o jovem. 

Ainda segundo o estudante, o homem teria respondido: "Não quero papo com você não, já estou vendo que você é um 'viadinho'. Vai dar lá na rua", descreve ele. 

Após as falas, o estudante afirma ter saído do banheiro e denunciado o caso à gerência da academia, que reuniu os envolvidos e as testemunhas para esclarecer os fatos. 

"Quatro pessoas foram para sala dela [gerente], e no momento ela conseguiu identificar o agressor e as testemunhas falaram tudo o que eu falei. A academia me prestou o atendimento necessário, me indicou fazer um Boletim de Ocorrência e disse que estaria disponível para qualquer coisa", afirma. 

Agressor fugiu 

O jovem disse ainda que percebendo a movimentação próximo à recepção, outros alunos e o irmão dele tentaram impedir a saída do agressor até a chegada da Polícia, que, segundo o estudante, chegou a ser acionada. O agressor, no entanto, não conseguiu ser contido por ser muito alto e forte, ainda conforme a vítima. "Ele conseguiu passar por cima de todos". 

Boletim de Ocorrência foi registrado na Polícia Civil do Ceará como crime de injúria. Em nota, a corporação disse que o caso é investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim), que realiza oitivas e diligências para apurar os fatos. O agressor foi identificado por ter cadastro como aluno na academia.

"A PC-CE reitera que há um treinamento contínuo para os servidores da instituição, com o objetivo de aperfeiçoar o atendimento ao público", disse a corporação. 

"Isso é muito triste, a gente está no mês do orgulho LGBTQIA+, é um mês que até então é para se pregar o amor, a diversidade e o respeito ao próximo, mas que muitas das vezes isso não é feito", comenta o estudante. 

Academia diz analisar as evidências

Em nota, a Smart Fit disse repudiar a atitudes de intolerância e estar analisando as evidências do fato para tomar as medidas cabíveis. 

Veja nota na íntegra:

A Smart Fit repudia atitudes de intolerância e reafirma seu compromisso e apoio à diversidade e ao convívio harmônico entre seus alunos. Os profissionais da academia deram total apoio ao aluno. A Smart Fit está analisando as evidências e tomará as medidas cabíveis em relação aos envolvidos.

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