Empresário suplicou para ficar vivo, diz denúncia do MPCE contra irmãos por latrocínio em Fortaleza

Os dois presos pelo crime foram acusados pelo MPCE por roubo seguido de morte, crime que tem pena de 20 a 30 anos de reclusão

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Na manhã do crime, Anderson realizou algumas atividades da sua empresa fora de casa e voltou para o imóvel por volta de 11h, quando foi surpreendido pelos criminosos
Legenda: Na manhã do crime, Anderson realizou algumas atividades da sua empresa fora de casa e voltou para o imóvel por volta de 11h, quando foi surpreendido pelos criminosos
Foto: Reprodução

O empresário Anderson Luís Kowalski, de 46 anos, suplicou aos assaltantes para ficar vivo, mesmo assim foi esfaqueado até a morte, em Fortaleza. É o que afirma a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra dois irmãos pelo latrocínio, entregue à Justiça Estadual no último domingo (21).

José Lucas Martins da Silva, de 23 anos, e Levi Martins da Silva, 19, foram acusados pelo MPCE por roubo seguido de morte (latrocínio), crime que tem pena de 20 a 30 anos de reclusão. A dupla se encontra presa preventivamente, no Sistema Penitenciário cearense.

Na denúncia, o Ministério Público reforçou a suspeita da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) que os irmãos agiram "com um comparsa desconhecido". Ao indiciar a dupla, a 7ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pontuou que continuará a investigar a participação de um terceiro suspeito e outra motivação para o crime além de uma vingança por dívida financeira.

Veja o vídeo da prisão

Anderson Kowalski foi roubado e morto na sua residência (onde também funcionava como sede para a sua empresa de eventos), no bairro Sabiaguaba, em Fortaleza, na manhã de 8 de agosto deste ano. "Conforme os autos, os denunciados planejaram a execução do delito. Para isso, permaneceram em uma residência abandonada próxima ao local do crime para sua realização, de onde observaram por 4 dias o momento oportuno para a concretização do delito", narra a denúncia.

Ainda segundo o MPCE, "ambos invadiram a residência da vítima, oportunidade em que renderam dois funcionários que trabalhavam no local e se armaram com facas, amarrando a vítima com os braços para trás e colocando um pano na cabeça de Anderson, exigindo as senhas dos cartões de crédito e a senha para desbloqueio do celular".

Em seguida, passaram a desferir golpes de facas na vítima, que suplicava por sua vida. Em razão da violência, Anderson faleceu no local. Após o crime, os indivíduos empreenderam fuga no veículo da vítima, no qual foram capturados posteriormente."
Ministério Público do Ceará
Em denúncia

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'Não me mata, não!', pediu vítima

Uma testemunha do latrocínio contou à Polícia que Anderson implorou aos criminosos para ter a sua vida poupada. "Cara, eu gostava tanto de você! Eu fiz de tudo para ajudar você e sua família. Você tem um filho pequeno assim como eu. Não me mata, não!", teria dito a vítima.

"É, ele deu uma mixaria para minha mãe e acha que ia ficar por isso mesmo", teria respondido um dos suspeitos, segundo a mesma testemunha.

Antes do empresário ser morto, José Lucas e Levi Martins exigiram a senha de dois cartões bancários da vítima. E, após cometerem o crime, os irmãos passaram em lojas para comprarem 6 pares de tênis e várias blusas.

Perseguição policial e prisão da dupla

Ao chegarem no galpão, outros funcionários da empresa de Anderson Luís se depararam com a cena de crime, com três homens amarrados, e acionaram a Polícia. Uma ambulância também foi enviada ao local para prestar socorro ao empresário, mas ele já estava morto.

Equipes do 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM), com o apoio do Sistema Agilis e do Núcleo de Videomonitoramento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), localizaram o veículo roubado, o que iniciou uma perseguição.

Os suspeitos foram abordados na Avenida Washington Soares, em frente a um shopping. Com eles, foi apreendido o veículo da vítima, os cartões de crédito, a televisão e os produtos comprados com o dinheiro da vítima.

José Lucas e Levi Martins foram levados à DHPP, onde foram autuados em flagrante por latrocínio. O primeiro suspeito já tinha passagem pela Polícia por crime ambiental.

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