Deputado quer o MP apurando denúncias

Escrito por Redação ,
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“Nos meus 20 anos como parlamentar, nunca tinha presenciado na Assembléia Legislativa do Ceará uma audiência pública com tantas denúncias graves, tantas informações desencontradas e tantas contradições.” A declaração é do deputado estadual Fernando Hugo (PSDB) mostrando-se surpreso, e indignado, com as denúncias que apontam, segundo ele, para a existência de uma ´máfia´ agindo dentro do antigo Instituto Médico Legal (IML) e, ainda, no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).

A Assembléia deverá, agora, encaminhar à Procuradoria Geral da Justiça um pedido para o acompanhamento das investigações no âmbito da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). O caso pode também ter o acompanhamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE).

Funerárias

Conforme as denúncias, funcionários das duas entidades estariam se beneficiando de uma parceria com algumas empresas funerárias e advogados, para a liberação de corpos de vítimas de acidentes de trânsito, com o objetivo de receberem propinas no pagamento do seguro de acidentes, o DPVAT. Denúncias da mesma ordem foram objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na AL, em 1999. Segundo Fernando Hugo, outra denúncia aponta que funcionários do IML estariam realizando, ilegalmente, o trabalho de embalsamamento de cadáveres, com preços que variam entre R$ 300,00 a R$ 400,00, serviço feito dentro do necrotério do IML.

Uma audiência pública realizada na tarde de terça-feira passada tratou do caso e levou à Assembléia - mesmo em recesso - representantes da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), do IML, SVO, Ministério Público estadual (MP) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE).

Segundo o deputado, as informações serão, agora, encaminhadas à Procuradoria Geral da Justiça (PGJ). “São verdadeiras quadrilhas que estão agindo, envolvendo advogados, funerárias e funcionários do IML. Várias funerárias têm esquema com os funcionários do IML e do SVO. Eles se aproveitam da angústia das famílias das vítimas para vender caixões, sepultamentos e até embalsamamentos. Tudo isso será levado ao conhecimento da procuradora-geral da Justiça, Socorro França”, adverte.
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