CGD abre investigações contra 12 policiais suspeitos de transgressões no Ceará; confira os casos

Entre os casos investigados, há episódios de violência contra mulheres, de agressão contra um homem detido e de atitudes suspeitas no Sistema Penitenciário

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Dentre os alvos das novas investigações da CGD, nove são PMs e três, policiais penais
Legenda: Dentre os alvos das novas investigações da CGD, nove são PMs e três, policiais penais
Foto: Fabiane de Paula

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) abriu investigações administrativas disciplinares contra 12 policiais suspeitos de cometer transgressões no Estado. Dentre eles, nove são PMs e três, policiais penais.

As portarias foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) da última terça-feira (31). Entre os casos investigados, há episódios de violência contra mulheres, de agressão contra um homem detido e de atitudes suspeitas no Sistema Penitenciário.

Dois soldados da Polícia Militar do Ceará (PMCE), além de virarem alvos de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), foram afastados preventivamente pela CGD, por 120 dias, em razão de realizarem a segurança particular de um empresário de jogos de aposta, que atirou em via pública, em Fortaleza, no dia 28 de janeiro deste ano. O trio, além de um guarda municipal, foi preso em flagrante, naquele dia.

O 'bicheiro' efetuou o disparo contra um suposto rival do mercado de jogos de aposta, que estaria furtando suas máquinas, "sem que tenha havido qualquer tipo de intervenção dos citados policiais militares, no sentido de prender em flagrante o suposto infrator", considerou a Controladoria.

Três policiais militares (um subtenente e dois soldados) serão investigados diante da denúncia de que agrediram um homem que se encontrava preso em flagrante, em Fortaleza, no dia 25 de novembro de 2019.

Outros três PMs responderão individualmente por casos de violência contra mulheres: um soldado, suspeito de abuso de autoridade e ameaça contra uma advogada e outras pessoas, ao ponto de dizer que "advogado e cachorro, para mim, é a mesma coisa", na Capital, em junho de 2019; um cabo, por atirar contra o braço de uma mulher, em Itapiúna, em janeiro de 2021; e um sargento, que foi preso em flagrante por agredir e ameaçar a sua esposa, em Caucaia, em novembro do ano passado.

Por fim, um soldado da Polícia Militar irá responder administrativamente pela suspeita de cometer o crime de receptação. Ele foi flagrado na posse de um veículo furtado, em Fortaleza, em maio de 2021, e passou a ser investigado por integrar uma quadrilha especializada em estelionato e furto mediante fraude.

Atitudes suspeitas em presídios cearenses

Três policiais penais irão responder a investigações administrativas, na CGD, em razão de atitudes suspeitas cometidas dentro do Sistema Penitenciário. Uma policial penal era a responsável pela custódia de cinco detentos que realizavam trabalhos dentro do Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC), em Itaitinga, em janeiro deste ano, quando dois deles fugiram da Unidade Penitenciária.

José Anderson Pereira de Freitas, que responde por homicídios, continua foragido e entrou para o Programa de Recompensas do Governo do Estado - uma informação pela sua localização pode valer R$ 5 mil. Enquanto Dannys Ronnys Almeida dos Santos, suspeito de integrar organização criminosa, cometer roubos, furtos e outros crimes, foi recapturado no último dia 14 de maio, após também figurar na Lista de Recompensas.

Outro policial penal virou alvo de Sindicância Administrativa por descumprir determinação de ingressar em alas e realizar a conferência das grades e cadeados de celas do Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (CEPIS), em Itaitinga, após vistoria do Grupo de Ações Penitenciária (GAP) identificar fragilidades na segurança da Unidade.

O terceiro servidor investigado é suspeito de desobedecer a uma ordem de parada dada por outros policiais penais, na entrada do Complexo Penitenciário de Itaitinga 3, e de ainda ameaçar um dos colegas de trabalho. "O Policial Penal além de não ter atendido o comando, teria ficado fazendo movimentos curtos de deslocamento, dando a entender que existia uma atividade suspeita no veículo, levando em conta ser um dia de visitas", considerou a CGD.

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