Adolescente com histórico de atos infracionais é um dos suspeitos de matar policial civil em Caucaia

Polícia Civil pediu pela internação provisória do adolescente em duas ocasiões, mas os pedidos tiveram parecer contrário do Ministério Público e foram negadas pelo Poder Judiciário

Escrito por Redação ,
O escrivão foi assassinado em uma casa que alugava e que estava desocupada, no bairro Padre Júlio Maria
Legenda: O escrivão foi assassinado em uma casa que alugava e que estava desocupada, no bairro Padre Júlio Maria
Foto: Darley Melo

Um adolescente de 17 anos (identidade preservada), que já possui um histórico de atos infracionais, é um dos suspeitos de matar a tiros o escrivão da Polícia Civil do Ceará (PCCE), Edson Silva Macedo, de 41 anos, em uma casa no bairro Padre Júlio Maria, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na noite do último sábado (8).

O Diário do Nordeste apurou, com uma fonte da Polícia Civil, que o jovem é procurado pelas Forças de Segurança Pública do Ceará. Ele já é conhecido da Polícia em Caucaia e já foi identificado como suspeito por outro homicídio e por tentativa de homicídio - ocorridos na mesma região onde o agente de segurança foi assassinado.

A Polícia Civil pediu pela internação provisória do adolescente nas duas ocasiões, nos meses de setembro e novembro do ano passado, mas o representante do Ministério Público do Ceará (MPCE) na Vara da Infância e Juventude de Caucaia deu parecer contrário aos pedidos, que foram acatados pelo Poder Judiciário estadual.

[Atualização: 10/01/2022, às 13h50] Questionado sobre os pedidos de internação, o Ministério Público do Ceará informou, por meio da 10ª Promotoria de Justiça de Caucaia, informou, na segunda-feira (10), "que o processo segue em segredo de justiça, conforme determina a Lei 8.069/90, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Por essa razão, o Ministério Público não poderá pronunciar-se sobre o caso".

Já o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), ainda no domingo (9), respondeu que também não pode comentar o assunto. "Conforme o Artigo 143 da Lei nº 8.069 de 1990, é vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional", justificou.

Escrivão foi morto em casa que alugava

De acordo com policiais militares que estiveram no local do crime, o escrivão Edson Macedo possuía uma casa para alugar em Caucaia, mas o imóvel estava desocupado.

Conforme a Polícia, ele soube que a residência estava sendo usada por criminosos e, na noite deste sábado, foi ao local verificar. Ao chegar na casa, foi surpreendido pelos atiradores e acabou morto. 

Dentro do imóvel foram encontrados cápsulas de pistola calibres Ponto 40 e 380. O corpo do policial estava na sala da casa. Um dos tiros atingiu a nuca do escrivão. Uma das hipóteses levantadas preliminarmente pela Polícia é a de que ele entrou pela frente da casa e os suspeitos chegaram pelos fundos. 

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, em nota, que a Polícia Civil e a Polícia Militar "seguem mobilizadas visando capturar os autores do homicídio".

Apurações iniciais indicam que ele trocou tiros com suspeitos, após informações que um grupo estaria no interior de um imóvel desabitado, que se encontrava para alugar, e que pertencia ao profissional de segurança. A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) também foi acionada para a ocorrência. As investigações do caso são conduzidas pela 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da PC-CE, unidade responsável por apurar crimes contra profissionais de segurança." 
SSPDS
Em nota

A Pasta informou ainda que Edson Silva Macedo ingressou na Polícia Civil do Estado do Ceará no ano de 2018 e atualmente trabalhava no 20º Distrito Policial (Acaracuzinho - Maracanaú).

Segundo a SSPDS, a população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas para o número 181, o Disque-Denúncia da Pasta, ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia.
 
As denúncias podem ser encaminhadas ainda para o número (85) 3257-4807, do DHPP. O sigilo e o anonimato são garantidos pela Secretaria.

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