15 agentes de segurança foram mortos no CE nos últimos três anos; 38 pessoas foram indiciadas

Foram dois casos registrados em 2019, onze em 2020 e dois nos primeiros meses deste ano

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
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Legenda: Em serviço ou de folga, os policiais têm sido alvos de criminosos armados
Foto: Kid Júnior

Carlos Eduardo Pinheiro Gurgel, de 42 anos, cabo da Polícia Militar do Ceará (PMCE), foi mais um agente de segurança a ter a vida tirada pela criminalidade no Ceará. Segundo a Polícia Civil do Ceará (PCCE), 15 agentes de segurança foram mortos no Estado, nos anos de 2019, 2020 e 2021. E todos os casos foram solucionados pela 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com 38 pessoas indiciadas pelos crimes contra os policiais.

Quatro suspeitos de participar do latrocínio que vitimou Carlos Eduardo foram presos horas depois, na última quarta-feira (3), no bairro Presidente Kennedy, em Fortaleza. O crime aconteceu na Rua Senador Pompeu, no Centro da Capital, após o grupo roubar aparelhos celulares em uma loja de departamentos.

O policial militar estava em serviço a pé, quando foi acionado por populares. Ele se deslocou ao encontro dos suspeitos, que estavam em duas motocicletas, e foi alvejado. Carlos chegou a ser levado ao Instituto Doutor José Frota (IJF), mas não resistiu.

A morte causou comoção na Polícia Militar. “Esse foi um crime que sentimos muito, tocou a Polícia Militar, o Sistema de Segurança como um todo. Todas as tropas policiais se engajaram nessa empreitada, de realizar as prisões desses bandidos. Todos foram presos”, destacou o comandante geral da Corporação, coronel Márcio de Oliveira.

Foram presos Jonathan Andrade dos Santos, o 'Negueba', de 22 anos (com antecedentes criminais de homicídio, receptação, furto e crime ambiental), que estava na garupa da motocicleta preta e teria atirado contra o PM; Francisco Daniel Gomes da Silva, 23 (roubo), que estaria dirigindo a motocicleta preta; Gabriel Barbosa Pinheiro, 33 (sem antecedentes criminais), que estaria dando apoio em uma motocicleta vermelha; e Deucleciano Alves Mendes, 27, (receptação, porte ilegal de arma de fogo, desacato e resistência), que teria emprestado o segundo veículo.

Com o grupo, foram apreendidas as duas motocicletas – sendo que uma tinha sinais adulterados –, aparelhos celulares e um revólver calibre 38 – que estava escondido no telhado de uma residência. Na sequência da investigação, ainda foram detidos Samuel Fernandes Farias, 21, e Mayara Soares de Sousa, 28, pela receptação dos celulares.

Outro caso

O ano de 2021 já tinha a ocorrência de assassinato de outro policial militar, no Ceará. O também cabo PM Cícero Marcos Viana dos Santos, 38, foi assassinado a tiros, enquanto trafegava em um veículo, em Cascavel, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no dia 29 de janeiro. No dia seguinte, cinco suspeitos foram presos.
O secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Sandro Caron, prometeu uma “atuação firme” da Pasta para que os crimes não passem impunes.

“Lamento profundamente essas duas mortes. Fica aqui o compromisso da Secretaria da Segurança Pública em dar todo o apoio aos familiares destes policiais e também realizar o serviço, com a máxima maestria, para a gente conseguir levar à Justiça todas essas pessoas que forem efetivamente responsabilizadas por esses crimes”.

Ano passado

Em todo o ano de 2020, foram registradas as mortes de 11 agentes de segurança no Ceará. Entre as vítimas está o soldado PM Frank Dellano de Almeida Nunes, 25, morto em um latrocínio na BR-116, também em Cascavel, no dia 20 de setembro. Ele e dois amigos foram parados por uma barricada na estrada. Mesmo sem reagir, o PM foi baleado e morto. Dois homens foram presos pelo crime.

Já o sargento PM Nílton César Vieira Lopes, 43, foi morto ao reagir a uma tentativa de assalto, no bairro Jangurussu, em Fortaleza, no dia 13 de junho. Naquela ocasião, no mesmo mês, quatro PMs foram assassinados no Estado.

O delegado geral da Polícia Civil do Ceará, Marcus Rattacaso, destacou que todos os crimes do ano passado e do ano atual foram elucidados pela 11ª Delegacia do DHPP. Segundo ele, a Unidade “é um equipamento inovador no Brasil, que foi criado justamente para dar suporte aos operadores do sistema de Segurança Pública, quando vitimados, por crimes contra a vida consumados, tentados ou ameaças”.

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