Hospital de Ipu fecha por falta de convênio
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Redação
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Unidade hospitalar da cidade de Ipu suspende atendimento e causa transtornos para moradores da região
Ipu. Quem foi ontem à Maternidade e Hospital Dr. Francisco Araújo à procura de atendimento médico se deparou com um comunicado que avisava o fechamento da unidade por falta de convênio. A decisão partiu da direção do hospital que é filantrópico, depois de tentar por diversas vezes a renovação do contrato com a Secretaria de Saúde do Município. Na porta do hospital, desde cedo, era grande o número de pessoas à espera de atendimento.
"Nasci aqui e nunca vi Ipu numa situação como essa. Considero isso como um verdadeiro descaso com a saúde pública", dizia indignado o operador de máquinas, José Ribeiro Rodrigues, que foi ao hospital ver de perto a situação crítica.
Surpresa maior foi para a dona de casa Francisca Alves Paiva, que sofreu acidente de motocicleta e precisava fazer uma cirurgia no dia de ontem. Porém, foi impedida de entrar na unidade hospitalar. "Estou em tratamento há mais de três meses e agora não sei para onde terei que ir. O ortopedista que me acompanhava pediu desligamento", reclamou Francisca Alves, que viajou da cidade de Pires Ferreira até Ipu.
O Hospital Dr. Francisco Araújo é polo regional, responsável pelo atendimento dos pacientes das cidades Ipu, Pires Ferreira, Varjota, Hidrolândia e Reriutaba, que representa uma população estimada em 110 mil habitantes. Recebia recursos dos Governos Federal e do Estado, no valor de aproximadamente R$ 179 mil.
Repasse atrasado
Porém, segundo a direção da unidade, desde agosto do ano passado, que o repasse sofre atraso. "Fomos obrigados a entrar na Justiça para rever as parcelas em atraso. Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) foi firmado em dezembro, o que obrigou o Município a fazer o repasse do dinheiro retido", disse o médico Luiz Gonzaga Timbó Correia, que trabalha no hospital. Segundo Luiz Gonzaga, por conta do atraso, alguns profissionais de Medicina já pediram desligamento do quadro de funcionário do hospital.
"Sete médicos já pediram desligamento. Reconquistar a confiança desses profissionais será muito difícil, caso a situação se normalize", disse ele.
A cidade mantém em funcionamento outro hospital para atender os pacientes do Município. Mas, segundo relatório da Coordenadoria de Regulação, Auditoria, Avaliação e Controle (Corac), da Secretária de Saúde do Estado (Sesa), esta outra unidade, o Hospital Municipal Dr. José Evangelista, não dispõe de equipe médica e enfermagem para funcionar 24 horas como estabelece o conceito de hospital pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Contratação
Em nota, o Corac esclarece que os sete médicos da unidade são clínico geral e também trabalham do PSF do Município. Esclarece a nota que um deles é também diretor clínico da unidade. "Estamos tentando a contratação de mais profissionais para que a população tenha um atendimento médico-hospitalar de acordo com a sua necessidade", afirma o secretário de Saúde do Município, Luís Carlos do Nascimento. Ele explica que o quadro poderá passar por modificação a partir de hoje.
"Uma nova audiência está marcada para as 10 horas de amanhã (hoje), em Fortaleza, onde estaremos tratando desse assunto. O Estado já sinalizou a possibilidade de manter o convênio com o Hospital Dr. Francisco Araújo, e acredito que o prefeito Sávio Pontes deverá fazer o mesmo", disse Luís Carlos.
Segundo a diretora do hospital filantrópico, Ana Maria Medeiros, até o mês passado a unidade mantinha na equipe médica dois cirurgiões gerais, um pediatra com dedicação exclusiva, sete clínicos, sete obstetras, dois anestesistas e uma equipe de enfermagem para cobertura assistencial 24 horas.
Dispõe de centro cirúrgico equipado e em pleno funcionamento e outros serviços. Todos constatados pelo Núcleo de Auditoria e Gestão do SUS e do Corac, que informaram, por meio de relatório, que o hospital dispõe de laboratório de análises clínicas, ultrassonografia, eletrocardiograma e endoscopia, e equipamentos indispensáveis no atendimento médico de urgência e emergência. Têm condições de se manter aberto, desde que tenha recursos.
Repasse
179 mil reais era o valor que o Hospital de Ipu recebia dos Governos Federal e do Estado. Porém, segundo a direção da unidade, desde agosto do ano passado que o repasse sofre atraso.
MAIS INFORMAÇÕES
Secretaria de Saúde de Ipu
Rua Antônio Martins, S/N
Centro - Zona Norte
Telefone: (88) 3683.2125
WILSON GOMES
COLABORADOR
Ipu. Quem foi ontem à Maternidade e Hospital Dr. Francisco Araújo à procura de atendimento médico se deparou com um comunicado que avisava o fechamento da unidade por falta de convênio. A decisão partiu da direção do hospital que é filantrópico, depois de tentar por diversas vezes a renovação do contrato com a Secretaria de Saúde do Município. Na porta do hospital, desde cedo, era grande o número de pessoas à espera de atendimento.
"Nasci aqui e nunca vi Ipu numa situação como essa. Considero isso como um verdadeiro descaso com a saúde pública", dizia indignado o operador de máquinas, José Ribeiro Rodrigues, que foi ao hospital ver de perto a situação crítica.
Surpresa maior foi para a dona de casa Francisca Alves Paiva, que sofreu acidente de motocicleta e precisava fazer uma cirurgia no dia de ontem. Porém, foi impedida de entrar na unidade hospitalar. "Estou em tratamento há mais de três meses e agora não sei para onde terei que ir. O ortopedista que me acompanhava pediu desligamento", reclamou Francisca Alves, que viajou da cidade de Pires Ferreira até Ipu.
O Hospital Dr. Francisco Araújo é polo regional, responsável pelo atendimento dos pacientes das cidades Ipu, Pires Ferreira, Varjota, Hidrolândia e Reriutaba, que representa uma população estimada em 110 mil habitantes. Recebia recursos dos Governos Federal e do Estado, no valor de aproximadamente R$ 179 mil.
Repasse atrasado
Porém, segundo a direção da unidade, desde agosto do ano passado, que o repasse sofre atraso. "Fomos obrigados a entrar na Justiça para rever as parcelas em atraso. Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) foi firmado em dezembro, o que obrigou o Município a fazer o repasse do dinheiro retido", disse o médico Luiz Gonzaga Timbó Correia, que trabalha no hospital. Segundo Luiz Gonzaga, por conta do atraso, alguns profissionais de Medicina já pediram desligamento do quadro de funcionário do hospital.
"Sete médicos já pediram desligamento. Reconquistar a confiança desses profissionais será muito difícil, caso a situação se normalize", disse ele.
A cidade mantém em funcionamento outro hospital para atender os pacientes do Município. Mas, segundo relatório da Coordenadoria de Regulação, Auditoria, Avaliação e Controle (Corac), da Secretária de Saúde do Estado (Sesa), esta outra unidade, o Hospital Municipal Dr. José Evangelista, não dispõe de equipe médica e enfermagem para funcionar 24 horas como estabelece o conceito de hospital pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Contratação
Em nota, o Corac esclarece que os sete médicos da unidade são clínico geral e também trabalham do PSF do Município. Esclarece a nota que um deles é também diretor clínico da unidade. "Estamos tentando a contratação de mais profissionais para que a população tenha um atendimento médico-hospitalar de acordo com a sua necessidade", afirma o secretário de Saúde do Município, Luís Carlos do Nascimento. Ele explica que o quadro poderá passar por modificação a partir de hoje.
"Uma nova audiência está marcada para as 10 horas de amanhã (hoje), em Fortaleza, onde estaremos tratando desse assunto. O Estado já sinalizou a possibilidade de manter o convênio com o Hospital Dr. Francisco Araújo, e acredito que o prefeito Sávio Pontes deverá fazer o mesmo", disse Luís Carlos.
Segundo a diretora do hospital filantrópico, Ana Maria Medeiros, até o mês passado a unidade mantinha na equipe médica dois cirurgiões gerais, um pediatra com dedicação exclusiva, sete clínicos, sete obstetras, dois anestesistas e uma equipe de enfermagem para cobertura assistencial 24 horas.
Dispõe de centro cirúrgico equipado e em pleno funcionamento e outros serviços. Todos constatados pelo Núcleo de Auditoria e Gestão do SUS e do Corac, que informaram, por meio de relatório, que o hospital dispõe de laboratório de análises clínicas, ultrassonografia, eletrocardiograma e endoscopia, e equipamentos indispensáveis no atendimento médico de urgência e emergência. Têm condições de se manter aberto, desde que tenha recursos.
Repasse
179 mil reais era o valor que o Hospital de Ipu recebia dos Governos Federal e do Estado. Porém, segundo a direção da unidade, desde agosto do ano passado que o repasse sofre atraso.
MAIS INFORMAÇÕES
Secretaria de Saúde de Ipu
Rua Antônio Martins, S/N
Centro - Zona Norte
Telefone: (88) 3683.2125
WILSON GOMES
COLABORADOR