PT de Choró decide expulsar prefeito afastado em operação do Ministério Público do Ceará
O diretório estadual do PT havia suspendido o gestor no dia anterior
O Diretório do PT em Choró decidiu unanimemente, no domingo (24), expulsar o prefeito Marcondes Jucá, preso e afastado em operação do Ministério Público na última semana, do seu quadro de filiados. O procedimento foi enviado em ofício ao Cartório Eleitoral da 6ª Zona Eleitoral de Quixadá.
Com a lacuna deixada por Marcondes na gestão, o vice-prefeito conhecido por "Cimar" foi empossado prefeito interino nesta segunda-feira (25). O órgão estadual do PT, comandado por Antônio Filho, o Conin, havia suspendido o gestor no dia anterior, em reunião de alinhamento da base e de balanço das eleições municipais. Em entrevista ao PontoPoder, o dirigente afirmou que o prefeito afastado já não tinha mais “vida partidária” no PT.
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“Pelo contrário, estávamos em projetos opostos lá (em Choró)”, afirma. Conin se refere à decisão de apoiar uma candidatura do PSB nas eleições de outubro, que rivalizou com a chapa liderada pelo PT na cidade.
Bebeto Queiroz (PSB) foi quem saiu vitorioso contra Professor Delmiro (PT), que é presidente da Câmara Municipal, na disputa pela Prefeitura. O primeiro ficou foragido por dois dias após a deflagração da operação Ad Manus em Choró, que prendeu Marcondes. No sábado (23), ele se entregou à polícia.
As diligências são resultados de parceria da Procuradoria de Justiça de Crimes contra a Administração Pública (Procap) do MPCE com as polícias Civil (PCCE) e Federal (PF). A investigação apura irregularidades em documentos de prestação de serviço de abastecimento de veículos da Prefeitura de Choró.
Sobre a decisão da direção municipal, mais severa que a da estadual nesse fim de semana, Conin diz que “vem na mesma direção” e que não encontrará “nenhuma objeção” da instância que lidera no partido.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Marcondes Jucá para pronunciamentos. O espaço está aberto, caso haja contato.
Expulsão
No documento enviado ao cartório eleitoral e assinado pelo presidente do PT Choró, Antônio Claubecy do Nascimento Gomes, a legenda justifica que Marcondes Jucá teria dado entrada no pedido de filiação junto ao sistema de filiação do TSE “por vias desconhecidas do diretório” local. O prefeito teria se filiado pelo diretório estadual, prerrogativa de gestores municipais, em janeiro de 2022, após deixar o PL.
Além disso, ele não teria buscado “relações saudáveis” com a sigla, tendo adotado “discursos infundados” sobre correligionários em diversas entrevistas a veículos locais, “dificultando qualquer aproximação entre as partes”.
Por fim, cita a operação do Ministério Público por suspeitas de irregularidades que o diretório repudia “veementemente”.