Alexandre de Moraes suspende quebra do sigilo telemático de Bolsonaro
A medida havia sido aprovada por senadores no último dia da CPI da Covid, em outubro
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira (22), a quebra do sigilo telemático do presidente Jair Bolsonaro. A medida havia sido aprovada pela CPI da Covid-19 no dia da finalização dos trabalhos, no fim de outubro.
O sigilo de dados a partir de 2020 era o alvo. Segundo Moraes, a CPI "extrapolou os limites constitucionais investigatórios, visto que a quebra do sigilo não se mostra "razoável". As informações são do O Globo.
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Os senadores queriam que o sigilo de Bolsonaro fosse transferido ao Procurador-Geral da República e ao STF.
"Não se vê, portanto, utilidade na obtenção pela Comissão Parlamentar das informações e dos dados requisitados para fins de investigação ou instrução probatória já encerrada e que sequer poderão ser acessadas pelos seus membros", pontua o ministro no despacho.
Conforme Alexandre de Moraes, a Comissão não apresentou fundamentos de que a efetividade da quebra do sigilo auxiliaria nas investigações sobre a condução da pandemia de Covid-19, visto que os senadores já haviam até elaborado o relatório final.
Banimentos da redes sociais
Outra medida que perdeu a validade foi a solicitação do banimento de Bolsonaro das redes sociais por propagação de notícias falsas. Os senadores das CPI pediram ainda que o presidente se retratasse publicamente acerca da informação que ele propagou de que a vacina contra a Covid aumentava o risco da infecção por HIV.
Documento da CPI também havia solicitado ao Google, Facebook e Twitter, uma série de informações de Jair Bolsonaro, tais como dados cadastrais, regitros de conexão e cópia integral de todo o conteúdo armazenado nas plataformas.
Moraes afirmou ao decidir pelas suspensões em questão, , que "se for de interesse da Procuradoria Geral da República a obtenção desses dados, há via processual adequada para que obtenha as mesmas informações".