Pesquisa Ibope: Sarto cresce, e liderança registra um empate triplo

Prefeiturável pedetista avança 13 pontos percentuais entre o primeiro e o segundo levantamento do Instituto. Capitão Wagner (Pros) oscila um ponto para baixo, enquanto Luizianne Lins (PT) tem oscilação positiva de um ponto

Escrito por Alessandra Castro ,
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Legenda: Candidatos à Prefeitura de Fortaleza são os três primeiros colocados na 2ª pesquisa Ibope
Foto: Thiago Gadelha

A 11 dias da eleição, a disputa na Capital se revela cada vez mais acirrada. A segunda pesquisa Ibope estimulada de intenções de voto para a Prefeitura de Fortaleza, encomendada pela TV Verdes Mares e divulgada ontem, mostra uma mudança na ordem do pelotão que lidera a corrida eleitoral. O candidato do grupo governista subiu 13 pontos percentuais desde a primeira pesquisa estimulada realizada pelo Instituto, divulgada em 14 de outubro. Agora, Sarto Nogueira (29%) está empatado tecnicamente na primeira colocação da preferência do eleitor com Capitão Wagner (27%) e Luizianne Lins (24%), já que a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

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No intervalo de 20 dias entre a primeira e a segunda pesquisa Ibope estimulada para a eleição majoritária em Fortaleza, que é quando os nomes dos 11 candidatos são apresentados, o pedetista oscilou acima da margem de erro. Sarto saltou dos 16%, no primeiro levantamento, para 29% agora.

Já Capitão Wagner oscilou um ponto para baixo, passando de 28% para 27%. Luizianne Lins oscilou um ponto para cima, indo de 23% para 24%. O postulante do Pros e a petista tiveram variação dentro da margem de erro.

A segunda pesquisa Ibope ouviu 805 eleitores entre os dias 1 e 3 de novembro. A margem de erro é de três pontos, para mais ou menos. O nível de confiança da pesquisa é de 95%. O levantamento foi registrado com o número CE-08692/2020 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na primeira aferição, o Instituto ouviu 602 eleitores entre os dias 12 e 14 de outubro. A margem de erro era de 4 pontos, para mais ou para menos.

Heitor Férrer (SD) e Célio Studart (PV) também oscilaram dentro da margem de erro entre as duas pesquisas. O candidato do Solidariedade foi de 6% para 4%, enquanto o representante do PV tinha 4%, no primeiro levantamento, e agora possui 2%. 

Renato Roseno (Psol) passou de 3% para 2%. Heitor Freire (PSL) foi de 1% e para 2%. Anízio Melo (PCdoB), Samuel Braga (Patriota), Paula Colares (UP) e José Loureto (PCO) não pontuaram. 

Brancos e nulos passaram de 12% para 6%. Já os que não sabem ou não responderam foram de 7% para 3%. 

Espontânea

No levantamento espontâneo do Ibope, que é quando não são apresentados os nomes dos candidatos, os postulantes do PDT, do Pros e do PT continuam empatados tecnicamente: Sarto (20%), Wagner (18%) e Luizianne (17%).

Em 4º lugar está Férrer, com 4%, seguido por Freire (1%), Célio (1%) e Roseno (1%). Os outros postulantes juntos pontuaram 1%. Brancos e nulos somam 12%. Não sabem ou não responderam 25%.

Rejeição

O Ibope também divulgou o índice de rejeição aos candidatos. Neste levantamento, os eleitores respondem em quem eles não votariam de jeito nenhum. A mesma pergunta também foi feita no levantamento Ibope de 14 de outubro. De lá para cá, Luizianne oscilou para cima dois pontos na rejeição e segue com o maior índice negativo, com 38%. A rejeição a Wagner passou de 33% para 36%.

Sarto e Férrer têm o mesmo percentual de rejeição, com 15% cada um. Roseno aparece com 12%, enquanto Samuel Braga tem 11% de rejeição. Anízio e Célio possuem 10% cada. Já Freire, Paula Colares e José Loureto têm 9% cada. Não sabem ou preferem não opinar somam 7%. Conforme o Ibope, 1% dos eleitores consultados disse que poderia votar em todos.

Análise

Para o cientista político Emanuel Freitas, professor de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará (Uece), o aumento de Sarto se deve principalmente à centralidade da TV, cuja campanha atinge mais eleitores. 

“Se apostava muito nas redes sociais, que são importantes, mas a subida do Sarto nos mostra que a TV continua sendo o meio mais importante para atingir o eleitor. Ele passou 15 dias fora (de atos nas ruas) e mesmo assim cresceu 13 pontos”, avalia.

A professora universitária e cientista política Carla Michele Quaresma também pontua a relevância da propaganda na TV para o crescimento de Sarto, mas destaca que a associação à imagem do prefeito Roberto Cláudio (PDT) também contribuiu. 

“A campanha nas redes, nas ruas, o horário eleitoral na TV e no rádio mostra que ele é o candidato do prefeito Roberto Cláudio, que está bem avaliado. Então, as pessoas começam a relacionar a imagem do Sarto com a imagem do Roberto. Isso aconteceu em campanhas anteriores”, ressalta.

Os dois especialistas acrescentam ainda que nessa altura da campanha, os eleitores também já percebem “quem é o candidato de quem”, e isso reflete nas pesquisas de intenções de voto. 

“Os candidatos já estão com mais de um mês de campanha, os apoios já estão definidos. Hoje é possível ver melhor quem é candidato do vereador, do Bolsonaro, do Lula, do prefeito, do Camilo”, explica Freitas. 

Para Michele, a disputa em Fortaleza tem mais protagonismo de lideranças locais, diferente de outras capitais.
“Eu acredito que Fortaleza, das capitais do Nordeste, vive uma situação sui generis. A gente não tem no plano municipal esse reflexo tão direto dos discursos nacionais. Aqui você tem um protagonismo muito grande das lideranças locais”, pontuou.

Apesar do crescimento de Sarto, os dois cientistas ressaltam que o segundo turno ainda está incerto. Para eles, os três primeiros colocados na intenção de votos podem ainda polarizar a disputa.

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