Onze dias após visita de Bolsonaro, é pouco provável contaminação ter ocorrido no Ceará, diz médico
Segundo o infectologista Keny Colares, o período de incubação do coronavírus pode ser de até 14 dias, mas, em média, os primeiros sintomas se apresentam seis dias após a contaminação
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve no Ceará no dia 26 de junho para participar da solenidade de chegada das águas do Rio São Francisco ao Ceará, mais precisamente no município de Jati, na região do Cariri. Foram exatos 11 dias entre a visita ao Estado e o resultado positivo para a Covid-19 do teste feito pelo presidente. Apesar de existir possibilidade de Bolsonaro já estar contaminado no período da visita ou ter contraído o vírus no Estado, este não é o cenário mais provável, conforme o médico infectologista do Hospital São José, Keny Colares.
"A incubação é de, em média, seis dias. Pode ser menos do que isso e também pode se estender para até 14 dias. (...) Ele pode ter se contaminado aqui, mas não é o mais provável, porque a maioria irá manifestar sintomas antes disso", explica o especialista.
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Ele lembra ainda que, enquanto a curva de casos no Ceará tem diminuído, Brasília tem tido um aumento do número de confirmações da doença. Colares aponta que, para os que acompanharam o presidente Jair Bolsonaro durante a visita ao Ceará, a possibilidade de contaminação não é a mais provável.
"A transmissão vai ocorrer principalmente nos dias mais próximos ao desenvolvimento de sintomas, principalmente na semana anterior", explica. "Não é de todo impossível, mas é pouco provável", completa Keny Colares.
Com as inúmeras viagens do presidente e o contato com muitas pessoas nas duas últimas semanas, também é difícil fazer o rastramento da contaminação - apesar de ser, labotatorialmente, possível.
Diante da confirmação do diagnóstico nesta terça-feira, o infectologista Keny Colares explica que a primeira semana da doença é "altamente contagiosa". Por isso, reforça a necessidade do uso de máscara e da manutenção do distanciamento social recomendado. "Depois que a pessoa tem o diagnóstico, ter contato com outras pessoas é expô-las a um risco", ressalta.