Justiça do Rio de Janeiro decide afastar Flordelis do mandato de deputada federal

A definição deve ser encaminhada à Câmara dos Deputados em até 24 horas para que o pleno decida se vai manter ou não o afastamento

Escrito por Redação ,
Flordelis
Legenda: Flordelis usa tornozeleira eletrônica por determinação judicial
Foto: Agência Brasil

Em decisão unânime, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou Flordelis dos Santos de Souza (PSD) do mandato de deputada federal. A parlamentar é acusada de ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, e atualmente aguarda julgamento. 

O afastamento vale por um ano, ou até o fim da instrução criminal do caso. A definição deve ser encaminhada à Câmara dos Deputados em até 24 horas para que o pleno decida se vai manter ou não o afastamento. Além disso, ainda cabe recurso da decisão. As informações são do G1 RJ.

Celso Ferreira Filho, desembargador relator do processo, votou a favor do afastamento e foi seguido pelos outros dois desembargadores do processo, Antônio José e Katia Jangutta. Os magistrados acreditam que há "situações concretas" que demonstram ações da réu em busca de atrapalhar o processo.

"Inicialmente é de se assinalar ser irrefutável que a condição de parlamentar federal que ostenta, no momento, a ora recorrida, lhe proporciona uma situação vantajosa em relação aos demais corréus da ação penal originária. Tanto assim, que não foi ela levada ao cárcere. Inquestionável, também, que o poder político, administrativo e econômico da ora recorrida lhe assegura a utilização dos mais diversos meios, a fim de fazer prevalecer a sua tese defensiva", afirmou Celso Ferreira.

Desde setembro, por determinação judicial, Flordelis é monitorada por tornozeleira eletrônica. A Justiça do RJ ainda instituiu o recolhimento domiciliar da acusada das 23h às 6h. Seis filhos da deputada também são réus em processo sobre a morte de Anderson do Carmo. Flordelis só não foi presa porque possui imunidade parlamentar.

Crime

Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do dia 16 de junho de 2019, em Pendotiba, Niterói. Segundo informações da polícia, o pastor foi executado por volta das 4h, com diversos tiros, pouco tempo após chegar em casa.

A deputada federal Flordelis contou à polícia na época do crime que percebeu que o veículo dirigido por Anderson estava sendo perseguido por duas motos, em Niterói. Ao entrarem em casa, no bairro de Pendotiba, Anderson retornou à garagem para pegar algo no carro e disparos foram ouvidos.

A deputada afirmou que Anderson evitou que criminosos invadissem a casa da família. O pastor foi encontrado ferido. O casal teve 55 filhos, dos quais 51 são adotivos.

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