Eleição dos governadores muda jogo do poder com forças estreantes
O segundo turno elegeu 14 chefes do Executivo estadual. O PSL, de Jair Bolsonaro, deixou de ser nanico e vai governar 9,4 milhões de brasileiros nos estados. O PSDB conseguiu vencer em São Paulo em uma disputa apertada
A apuração dos votos do segundo turno finalizou o novo desenho do tabuleiro do poder nas 27 unidades da Federação. Os números mostram o nascimento de uma nova força política, no rastro do sucesso de Jair Bolsonaro. Com os governos de Santa Catarina, Roraima e Rondônia, o até então nanico PSL, do presidente eleito, governará 9,4 milhões de brasileiros, a partir de janeiro. Bolsonaro colecionou o apoio explícito de 15 dos 27 governadores que também saíram vitoriosos nas eleições deste ano.
Embora tenha saído enfraquecido das eleições e termine a disputa com menos governos do que conquistou em 2014, o PSDB ainda será o partido com maior população sob seus governos.
Com a vitória de João Doria em SP, estado mais populoso do País (45,5 milhões de pessoas), além do Rio Grande do Sul (com 11,3 milhões de pessoas com Eduardo Leite) e Mato Grosso do Sul (2,7 milhões) de Reinaldo Azambuja, os tucanos terão 28,6% da população em seus governos, ou 59,6 milhões de pessoas.
O partido, porém, perdeu o segundo turno em Minas Gerais, segundo estado mais populoso do Brasil. Na presidência, o candidato do partido, Geraldo Alckmin, teve menos de 5% dos votos.
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A polarização continua com o PT: embora tenha perdido a disputa presidencial, o Partido dos Trabalhadores terá os governos da Bahia (14,8 milhões de pessoas), Ceará (9 milhões) e Piauí (3,3 milhões), eleitos no 1º turno, e agora Rio Grande do Norte (3,5 milhões de pessoas), com Fátima Bezerra, eleita governadora. Isso significa 14,7% dos brasileiros sob o comando petista. O PT, contudo, já não conseguirá repetir o desempenho das últimas eleições, já que não terá mais MG - o atual governador mineiro, Fernando Pimentel, sequer foi para o segundo turno da disputa.
O governo mineiro foi para Romeu Zema, do recém-criado partido Novo, que terá sob sua tutela 21 milhões de mineiros, ou 10% dos brasileiros.
O PSC, por sua vez, foi um dos partidos que despontou. Com o governo do Rio de Janeiro (vitória de Wilson Witzel) e Amazonas (Wilson Lima), somará 10,2% dos brasileiros sob sua tutela.
O PSB sairá enfraquecido. Com derrotas em todos os segundos turnos que disputou (São Paulo, Distrito Federal, Amapá e Sergipe), o partido, que poderia governar 69,1 milhões de pessoas, terá 17,5 milhões - a maior parte de Pernambuco (9,5 milhões, com Paulo Câmara), além de Paraíba e Espírito Santo (4 milhões em cada estado).
Destaques
O ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB), eleito no Rio Grande do Sul, será o governador mais jovem do Brasil. O tucano de 33 anos, com 53,62% dos votos válidos, bateu o candidato à reeleição, José Ivo Sartori (MDB), com 46,38%.
Já a senadora Fátima Bezerra venceu a disputa pelo governo do Rio Grande do Norte e se tornou a única mulher eleita governadora em 2018. Ela teve 57,60%, contra 42,40% de Carlos Eduardo (PDT).
Reeleito no primeiro turno, Camilo Santana (PT) foi o governador mais votado do Brasil. Ontem, ninguém superou o cearense, que teve praticamente 80% dos votos.
