Dia do Trabalhador tem live com Lula, Dilma e Ciro Gomes; veja os discursos
Centrais sindicais organizaram o ato "1º de Maio Pela Vida"
Neste 1º de maio, Dia do Trabalhador, a maioria dos tradicionais eventos organizados pelas centrais sindicais foi substituída por transmissões ao vivo. As lives reuniram desde ex-presidentes, presidenciáveis a artistas.
Em São Paulo, ocorreu manifestação presencial convocada pelo Partido da Causa Operária (PCO). Na contramão, no Brasil, houve ainda ato a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em Fortaleza, bolsonaristas fizeram uma carreata.
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Nas lives, o evento intitulado "1º de Maio Pela Vida" foi idealizado pelas centrais Única dos Trabalhadores (CUT), dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), dos Trabalhadores do Brasil (CTB), além da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central (NCST) e Pública.
Participaram nomes como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Roussef (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Os presidenciáveis Guilherme Boulos (Psol), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) também marcaram presença.
Dentre os artistas, estão Chico César, Johnny Hooker e Elza Soares.
Veja o resumo das lives deste Dia do Trabalhador
Pronunciamento do Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliou que o Brasil "andou para trás" quando o assunto é a economia. "A economia brasileira encolheu e é hoje 7% menor do que em 2014. Já tivemos entre as sete maiores economia do mundo, hoje descemos ladeira abaixo, ocupando a 12º colocação", apontou o petista.
Lula culpou a atual gestão de Jair Bolsonaro pelos índices no País. Segundo ele, "o pleno emprego conquistado pelos nossos governos deu lugar a uma taxa recorde de desemprego e desalento, além dos 14 milhões de brasileiros desempregados, 6 milhões desistiram de procurar trabalho porque sabem que não vão encontrar. Trinta e oito milhões estão subempregados, sobrevivendo de bicos. São ao todo 58 milhões de trabalhadores sobrevivendo em condições precárias", declarou Lula durante seu pronunciamento.
O ex-presidente também aproveitou para mencionar o que chamou de diminuição dos direitos trabalhistas ao longo dos últimos anos e criticar a situação de informais, como os que trabalham por aplicativo.
O petista atribuiu à Operação Lava Jato a situação do desemprego no País. "A operação Lava Jato destruiu setores estratégicos da nossa economia, sobretudo a construção civil e a cadeia produtiva de óleo e gás, beneficiando empresas e governos estrangeiros", argumentou.
"Por conta da Lava Jato, o Brasil perdeu R$ 172 bilhões de investimentos, deixou de recolher na forma de impostos diretos quase R$ 50 bilhões de reais", disse, sem mencionar a fonte dos dados.
Pronunciamento do Ciro
Ciro disse que esse é o 1º de maio com a maior ameaça do estado sobre as organizações sindicais, da sociedade brasileira mais dividida e polarizada, da divisão de ódio mais cruel da história.
“Só poderemos sair dessa tragédia se entendermos que porque chegamos aqui e só sairemos mais rápidos se todos nos unirmos na busca das melhores soluções para o Brasil”, disse durante pronunciamento.
Ele também criticou o modelo socioeconômico e gestão do presidente Jair Bolsonaro (PDT). “Chegamos ao ponto que chegamos porque os sucessivos fracassos de modelo econômico, politico e práticas morais nos arrastaram para essa tragédia odienta chamada bolsonarismo”, avaliou.
Ciro disse que entraram governos e mais governos e todos repetiram o mesmo modelo econômico, “variando apenas a perfumaria e a intensidade dos erros”.
“Só sairemos desse círculo vicioso se construirmos juntos um novo projeto nacional de desenvolvimento capaz de despertar a mobilizar as nossas energias produtivas e criativas mais profundas”, analisou.
“Se desenharmos juntos novas formas mais eficientes e duradouras de diminuição da desigualdade, miséria e do desemprego e não nos iludirmos com fogos de palha que, rapidamente, queimam nossas esperanças”, complementou.
Pronunciamento da Dilma
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que começa agora a luta pela "reconstrução do Brasil", que segundo ela, irá iniciar pela garantia de vacinas, a luta pelo auxílio emergencial R$ 600, a extinção de emenda do teto de gastos, e a defesa "intransigente" da soberania nacional.
Ela também não deixou de criticar o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro. "O País está submetido ao comportamento genocida de um governo que despreza a vida e desdenha dos que choram pelos seus mortos", afirmou Dilma, que também classificou o atual governo como "fascista" e "neoliberal"
Dilma também criticou o que chamou de elite econômica do País "que se coloca sempre de costas e insensível ao sofrimento da população".
A ex-mandatária comemorou ainda o reconhecimento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da anulação das condenações do petista pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para Dilma, isso é uma prova do "reconhecimento da inocência de Lula", que seria uma "vitória da Justiça e da democracia".