Bolsonaro promete mais flexibilização da posse e do porte de armas

Em sintonia com sua fala "quero todo mundo armado", feita na reunião ministerial de 22 de abril, presidente pede a caçadores, atiradores e colecionadores sugestões de decretos para facilitar o acesso a armamento

Escrito por Redação , politica@svm.com.br
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Foto: PR

O presidente Jair Bolsonaro prometeu, nesta quinta-feira (4), a apoiadores que tomará mais medidas para flexibilizar a posse e o porte de armas. Bolsonaro conversou com um grupo de caçadores, atiradores e colecionadores de armas de fogo (conhecidos pela sigla CACS) no Palácio da Alvorada, pediu sugestões e prometeu "novidades".

Os apoiadores agradeceram as medidas que já foram tomadas por Bolsonaro e ele disse que "dá para melhorar mais".

O presidente relatou ter descoberto "problemas" no Ministério da Justiça, em uma crítica indireta ao ex-ministro Sérgio Moro. Bolsonaro também prometeu a revogação de instruções normativas (IN) da Polícia Federal (PF) que tratam de armas, entre elas a IN 131, editada em 2018.

"Dá para melhorar mais ainda. Tinha problemas na Justiça que eu nem sabia que existiam. Além da IN 131, tem mais INs também. Esse semana, até amanhã, tem novidade aí", disse o presidente.

Bolsonaro se dispôs a intermediar um encontro dos CACs com o chefe da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército, general Alexandre de Almeida Porto. Ele ainda pediu sugestões de decretos e portarias sobre o tema, ressaltando que essas medidas não precisam passar pelo Congresso. "O que mais pode ser feito pelos CACs? O general Porto assumiu agora lá há pouco tempo. Estiveram com o general Porto? Posso acertar uma ida de vocês lá para conversar com ele. O que depender de decreto, portaria, a gente resolve. Lei passa pelo Parlamento".

Bandeira

A flexibilização da posse e porte de armas é uma das principais bandeiras de Bolsonaro. Em reunião ministerial do dia 22 de abril, que teve sua gravação divulgada, o presidente disse que queria "todo mundo armado". O presidente também citou o "armamento" como uma das bandeiras imprescindíveis para os integrantes do seu Governo.

Um dia após a reunião, o Governo Federal publicou uma portaria interministerial aumentando a quantidade máxima de munições permitidas para compra no País. Na semana anterior, o Exército havia revogado, atendendo a uma determinação de Bolsonaro, três portarias que criaram regras para facilitar o rastreamento de armas e munição.

Facada

Já o Ministério Público Federal (MPF) apresentou um parecer favorável ao arquivamento provisório do segundo inquérito que apurou a facada dada em Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. A PF apresentou, em maio, um relatório sobre o caso em que afirma novamente que Adélio Bispo, o autor do atentado, agiu sozinho. Na manifestação enviada à Justiça em Juiz de Fora, o MPF concluiu que Adélio concebeu, planejou e executou sozinho o atentado.

Apesar da conclusão do inquérito apontar que Adélio agiu sozinho, o pedido de arquivamento é provisório em razão de diligências que dependem de uma posição do Supremo Tribunal Federal.

Os investigadores aguardam o STF decidir se a perícia do celular e de dados bancários e fiscais de Zanone Manuel de Oliveira, o advogado de Adélio, podem ser feitas pela PF no âmbito dessa investigação. Se o pedido for atendido, o caso fica paralisado até o STF decidir sobre as diligências envolvendo a defesa de Adélio. Com a análise do material, a investigação busca saber se o advogado foi pago para atender Adélio e por quem.

Weintraub presta depoimento à PF

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, compareceu à sede da Polícia Federal, ontem, a para prestar depoimento sobre a acusação de racismo em uma manifestação sobre chineses. Ele se negou a responder as perguntas da PF e entregou suas declarações por escrito.

Na saída, foi carregado nos braços por apoiadores. O inquérito tramita no STF. No início do mês, Weintraub publicou no Twitter uma postagem satirizando o modo de falar dos chineses, que provocou dura reação da embaixada da China no Brasil. Ontem, ele negou racismo e citou a defesa da “liberdade de expressão”.

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