Um compromisso político e social

O ano de 2021 segue permeado por grandes desafios em função da pandemia da Covid-19, sendo a educação uma área que requer um esforço coletivo das instâncias públicas e da sociedade civil para a continuidade da rotina pedagógica e do vínculo dos estudantes com suas escolas.

As dificuldades de um sistema híbrido de ensino e a realidade de que mais de 13 milhões de estudantes assistidos pela rede pública do nosso País sequer possuem computador em casa são sentidas pela população. Exemplo disso é que mais da metade dos inscritos no Enem 2020 não compareceram às provas.

Diante da necessidade de adequação do atual modelo de ensino a distância mediado por tecnologias, tivemos um Projeto de Indicação aprovado na Assembleia Legislativa do Ceará sugerindo o fornecimento de tablets para o acompanhamento de aulas remotas, bem como o do serviço de internet banda larga. 

Temos que reconhecer o trabalho incansável do Governo do Estado para garantir o ensino através da aquisição de chips de celular, beneficiando cerca de 347 mil estudantes das escolas e universidades estaduais, além de aparelhos para a gravação das aulas.

Também é preciso destacar medidas de sucesso como a do então governador Cid Gomes que destina recursos de ICMS para os municípios de acordo com os resultados da educação, tornando o Ceará referência nacional na área, e agora o governador Camilo Santana fez algo semelhante destinado à saúde. Trata-se de um estímulo para que os gestores planejem os investimentos de maneira correta. 

Porém, enquanto o Estado do Ceará se esforça para fortalecer essas áreas essenciais para o desenvolvimento e a vida humana, é lamentável que o Governo Federal atue de maneira oposta, desvinculando receitas.

O Auxílio Emergencial se mostra importante neste momento em que medidas de isolamento social são necessárias para conter a propagação do vírus. Mais do que isso, já estamos passando da hora de termos um projeto nacional de renda mínima para os setores mais afetados. Mas não é correto tirar essa verba da educação e da saúde, enquanto a tributação de lucros e dividendos de multimilionários no Brasil é uma das menores do mundo.

Não é momento para disputa de narrativas quando tantas vidas estão em risco e o processo de vacinação em massa é crucial. Caminhar com vistas à superação dessa realidade se mostra não apenas um reflexo da seriedade das ações político-sociais, mas uma luta constante por dias melhores.

Queiroz Filho

Deputado estadual