Tentantes e a vacina da COVID

Escrito por Marcelo Cavalcante ,
Marcelo Cavalcante é médico especialista em reprodução humana
Legenda: Marcelo Cavalcante é médico especialista em reprodução humana

A vacinação em grande escala é considerada a principal estratégia para controle da pandemia de COVID-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem centenas de vacinas contra a doença em estudo no mundo, sendo que pouco mais de uma dezena de imunizantes estão aprovados para uso. Atualmente, as principais vacinas aprovadas utilizam 5 tecnologias diferentes:  vírus inativados ou atenuados; vetor viral; baseadas em proteínas; RNA e DNA e vacinas de vetores de adenovírus.

Segundo dados do site ourworldindata.org, da Universidade de Oxford, em 28 de junho de 2022, revelam que mais de 12 bilhões de doses de vacinas contra COVID-19 já foram aplicadas em todo o mundo. No Brasil, até 28 de junho de 2022, estima-se que já foram aplicadas 452 milhões de doses de vacinas contra o vírus, tendo uma cobertura vacinal de 80% da população. 

Diante da velocidade com que as vacinas contra COVID-19 foram desenvolvidas, especialmente por usarem novas tecnologias, muito se discute sobre os potenciais efeitos colaterais, inclusive em grupos específicos, como gestantes, homens e mulheres que estão planejando engravidar. 

Recentemente, um estudo israelense, publicado em 17 de junho de 2022 na revista científica Andrology, sugeriu que a vacina produzida com a tecnologia de RNA poderia reduzir significativamente a fertilidade masculina. Apesar de uma suposta preocupação com esse resultado, os autores observaram que, após curto período, os homens que foram vacinados recuperaram sua fertilidade, ao nível pré-vacinação. Vale destacar que a maioria dos estudos publicados anteriormente não corroboram com esse achado.

Atualmente, as sociedades médicas são unânimes em afirmar que a vacinação contra COVID-19, independente da tecnologia utilizada na fabricação do imunizante, não afeta em nada a fertilidade feminina ou masculina, nem mesmo prejudica os resultados dos tratamentos de reprodução assistida. Por fim, casais tentantes devem seguir as orientações das autoridades sanitárias sobre o esquema de vacinação. 

Marcelo Cavalcante é médico especialista em reprodução humana