Saúde Mental: uma medalha de ouro!

Os esportes de alto rendimento requerem uma rotina puxada de treinamento, disciplina e um nível de dedicação que implica em uma série de renúncias de vida

Escrito por Érica Machado ,
Psicóloga e supervisora clínica de orientação jungiana
Legenda: Psicóloga e supervisora clínica de orientação jungiana

Nunca se falou tanto em saúde mental numa olimpíada como se falou recentemente nas Olimpíadas de Paris 2024. Num cenário que reuniu os melhores atletas do mundo, com rendimentos tão próximos, a saúde mental ganha ares de protagonismo, despontando como um diferencial de alta relevância.

Os esportes de alto rendimento requerem uma rotina puxada de treinamento, disciplina e um nível de dedicação que implica em uma série de renúncias de vida, somados à elevada pressão pela vitória, quando, por exemplo, um único atleta de uma modalidade, mesmo tão jovem, representa o seu país e carrega a expectativa de uma nação nas costas. Isso sem contar com questões que nem deveriam fazer parte, como casos de assédio moral e sexual. São grandes desafios que exigem uma estrutura psicológica forte e preparada. Mas isso não acontece de uma hora para a outra: o cuidado em saúde mental não é como um extintor para apagar um incêndio, e sim, um trabalho contínuo, que deve abarcar não apenas questões situacionais ou o período de competição, mas o indivíduo inteiro, seu histórico, suas relações, dificuldades e recursos de enfrentamento. Afinal, não se pode separar o atleta do ser humano, e quanto mais integral e anterior for o cuidado, mais preparado ele irá competir. 

Transtornos alimentares, depressão e ansiedade aparecem em grande número entre atletas olímpicos. Simone Biles desistiu das Olimpíadas de Tokyo 2020 para cuidar da saúde mental. Michael Phelps perdia cerca de 2 treinos por semana porque não conseguia levantar da cama, necessitando posteriormente de uma clínica de reabilitação. Esses casos, longe de serem isolados, evidenciam a relevância do desenvolvimento de estratégias para cuidar da saúde mental de atletas e treinadores, importantes para a integridade emocional de suas equipes. 

Quanto mais resiliência e estratégias como apoio social e familiar, bem como dentro da cultura e financiamento do esporte, mais equilibrados mentalmente são os atletas. Psicoterapia é fundamental, como nos revelou nossa Rebeca Andrade, maior medalhista brasileira em olimpíadas. Ela, com certeza, carrega no peito a medalha de ouro no cuidado em saúde mental!

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