Promover a saúde sem racismo

Escrito por Álvaro Madeira Neto ,
Médico Sanitarista e Gestor em Saúde
Legenda: Médico Sanitarista e Gestor em Saúde

Recentemente, o seminário do Ministério da Saúde sobre promoção da saúde sem racismo trouxe à tona a necessidade de abordar questões de inclusão e equidade no contexto da saúde. Compreende-se que este é marcado por desigualdades profundas que afetam diretamente a vida e o acesso aos serviços de saúde das pessoas negras.

Dados da ONU apontam que, no Brasil, a população negra enfrenta maior incidência de doenças evitáveis e menor expectativa de vida do que a população branca, evidenciando a existência de um sistema de saúde que reproduz e perpetua o racismo estrutural.

Ademais, o preconceito racial e a discriminação também são percebidos no atendimento, prejudicando o acolhimento e tratamento adequado. Essa realidade exige ações estratégicas e políticas afirmativas para enfrentar as desigualdades e promover a saúde antirracista, garantindo equidade e acesso universal aos serviços de saúde.

A inclusão deve ser entendida como a participação plena e igualitária das pessoas em todos os aspectos da vida, incluindo o acesso aos serviços de saúde. Já a equidade refere-se à promoção da justiça social, garantindo que todos tenham oportunidades iguais de atingir a saúde. Ambos os conceitos são fundamentais para a promoção de uma sociedade saudável e sem racismo, pois buscam mitigar as desigualdades e eliminar as barreiras que impedem a participação e o acesso aos cuidados médicos.

Um dos principais desafios para a promoção da inclusão na saúde é a falta de capacitação e sensibilização dos profissionais da área para lidar com as questões raciais e suas implicações. Enfrenta-se ainda desafios estruturais, como a

desigualdade de acesso aos serviços, resultante de políticas discriminatórias do passado e presente.

O enfrentamento de tais desafios e a implementação de políticas e ações concretas para promover a inclusão e equidade na saúde, torna-se essencial para a garantia dos direitos a todos. Isso inclui a criação de leis que proíbam a discriminação racial no acesso aos serviços de saúde e a elaboração de políticas que promovam a inclusão e a igualdade de oportunidades. É inadmissível que, em pleno século XXI, ainda convivamos com um sistema que discrimina e marginaliza.

Álvaro Madeira Neto é médico sanitarista e gestor em Saúde

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