Padre Cícero, o prefeito da história
Com esse título, quero lembrar e homenagear o santo Padre Cícero, exemplo de homem público. Graças a ele, a região do Cariri, especialmente as cidades do Crato, seu berço natal; Juazeiro do Norte, símbolo da sua existência de dedicação e amor à sua gente, e Barbalha, símbolo do bom vizinho, formam uma conturbação – o chamado “Crajubar” (Crato-Juazeiro-Barbalha) – joia da Região Metropolitana do Cariri. Esta região preserva a influência deixada pelo Padre Cícero. Da união dos três municípios citados, Crato é a cidade-orgulho do Cariri, berço da cultura, espalhando-se por toda a região, desde a fundação do Seminário Diocesano São José, o qual, neste mês de março de 2024, está completando 149 anos.
A vila de Juazeiro, desde a chegada do Pe. Cícero ali, em 1872, começou a crescer muito. Em 1911, quando passou a ser cidade, ninguém segurou seu desenvolvimento, até chegar à metrópole dos dias atuais. Muitos fatores concorreram para tal progresso. Juazeiro do Norte atraiu, desde 1890, pessoas dos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Em 1905, a minha avó Dadá Mendonça e seus irmãos Antônio Mendonça, Palmeira Mendonça e Tia Manta Mendonça e seus filhos, Aurino Mendonça e Boanerges, vieram para Juazeiro naquele ano.
A minha avó, Dadá Mendonça, foi a primeira professora primária de Juazeiro. Isso consta num livro do grande jornalista Temístocles de Castro e Silva, quando escreveu a biografia do Governador Adauto Bezerra e ele cita Dadá como sua primeira professora. Quando Dadá e seus parentes chegaram a Juazeiro, este vilarejo ainda era distrito de Crato. Nesta oportunidade gostaria de homenagear algumas famílias que se fixaram em Juazeiro e contribuíram para a grandeza econômica e social desta cidade. Foram elas as famílias de Anderson Borges de Carvalho (Caririaçu-CE), Ângelo de Almeida (Aveiro-Portugal), Antônio Conserva Feitosa (Triunfo-PE), Antônio Correia Celestino (Barbalha-CE), Antônio Soares da Silva (Viçosa-AL), Aurino Mendonça (Alagoas), Adolfo van den Brule (Paris-França), Edgar Coelho Alencar (Barbalha-CE), Felipe Neri da Silva (Alagoas), Genário Oliveira (Lavras da Mangabeira-CE), João Alencar de Figueiredo (Garanhuns-PE), José Bernardo da Silva (Palmeira dos Índios-AL), José Bezerra de Menezes (Crato-CE), José Feijó de Sá (Salgueiro-PE), José Florêncio de Vasconcelos (Caruaru-PE), José Gondim Lóssio (Jardim-CE), José Monteiro de Macedo (Cabaceiras-PB), José Pedro da Silva (São José do Egito-PE), José Pereira Cansanção (Atalaia-AL), José Viana de Sousa (Jardim-CE), Luciano Teófilo de Melo (São Caetano-PE), Luiz Coimbra (Pesqueira-PE), Luiz Gonçalves Casimiro (Sousa-PB), Manoel Amorim dos Santos (Princesa-PB), Manoel Belém de Figueiredo (Milagres-CE), Manoel Coelho Alencar (Barbalha-CE), Manoel Germano (Murici-AL), Manoel Diniz (Misericórdia-PB), Plácido Aderaldo Castelo (Mombaça-CE), Possidônio da Silva Bem (Serrita-PE), Raimundo Saraiva Coelho (Iguatu-CE), Ordem Franciscana, Zé de Matos, Luís de Matos, Mascote, Darinho, Antônio Patu, Odílio Figueiredo, Zé Nery, Geraldo Menezes Barbosa, Luiz Casimiro, Dedé Tavares, Reginaldo Duarte, Severino Duarte, Doro Germano e tantos outros.
Mas voltemos ao título deste artigo. Padre Cícero foi o primeiro prefeito do novo município de Juazeiro. Não buscou este cargo, nem competiu em eleições para tê-lo. Foi nomeado pelo então Governador do Estado, que viu na pessoa deste sacerdote, a única maneira de preservar a paz e progresso da nova pujante cidade recém-criada no Cariri cearense. O próprio Padre Cícero escreveu no seu testamento, pouco tempo antes de falecer:
“Nunca desejei ser político; mas em mil novecentos e onze (1911) quando foi elevado o Juazeiro, então povoado, a categoria de cidade, para atender aos insistentes pedido do então Presidente do Estado, o meu saudoso amigo Comendador Antônio Pinto Nogueira Accioly e, ao mesmo tempo, evitar que outro cidadão, na direção política deste povo, por não saber ou não poder manter o equilíbrio de ordem até esse tempo por mim mantido, comprometesse a boa marcha desta terra, vi-me forçado a colaborar na política”.
Gostaria de homenagear mais algumas pessoas: Dr. Floro Bartolomeu - médico, que foi um intelectual baiano, que ao lado de Pe. Cícero, contribuíram para esse Juazeiro de hoje; O Ginásio Salesiano e a Escola
Técnica do Comércio de Juazeiro, na pessoa do seu fundador, Geraldo Menezes Barbosa. Dr. Plácido Castelo, ex-governador do Ceará e foi também juiz de direito, que ao lado de Amália Xavier de Oliveira, fundou a Escola Normal Rural de Juazeiro. Assunção Gonçalves, Dona Quininha, Maura Almeida e prof. Elias foram um símbolo da educação em Juazeiro. Jovens empresários Dedé Tavares, Reginaldo Duarte, Severino Duarte, Doro Germano, Hildeberto Mendonça e Gilberto Mendonça, essa geração contribuiu para o desenvolvimento econômico de Juazeiro.
Diferente é o cenário político no Cariri dos dias atuais. A decadência política a que chegou esta região, com maior intensidade no chamado “Crajubar” (Crato-Juazeiro-Barbalha), e mais ainda a ingerência política do PT, afastou das atividades públicas os representantes das famílias tradicionais caririenses. Na minha mocidade, em Brejo Santo, minha terra natal, tinha o deputado estadual José Napoleão. As cidades maiores do Cariri também elegiam deputados estaduais e federais. Na cidade de Milagres, Dr. Sebastião Cavalcante; Em Missão Velha, Stênio Dantas, em Barro, Januário Feitosa; Em Barbalha, Dr. Lírio Calou, Pio Sampaio e Eudoro Santana, em Juazeiro, Dr. Feitosa, Orlando Bezerra, Adauto Bezerra, Carlos Cruz e Raimundo Macedo. Em Crato: Wilson Gonçalves (senador), Wilson Machado, Derval Peixoto, Kleber Callou. Em Santana do Cariri, o Deputado Estadual e, também, Federal, Iranildo Pereira. A representação do Cariri na Câmara de deputados, pontilhava com deputados federais do porte de Antônio de Alencar Araripe, Dr. Joaquim Fernandes Teles, Ossian Araripe, Dr. Leão Sampaio, Humberto Bezerra, Mauro Sampaio, Manoel Salviano, Hildo Furtado Leite, Vicente Augusto, dentre outros. Hoje, temos representando o desenvolvido e progressista Cariri, políticos oriundos de outras regiões do Ceará, que nada tem a ver com a nossa tradição.
Hoje chegamos a uma decadência política sem precedente na história do Cariri. Essa decadência acontece por falta de novas lideranças locais. O que dá lugar a essa picaretagem que vem tomando conta do sul-cearense. Entra nela, principalmente, com os objetivos de partidos da esquerda, acusados de escândalos como o Mensalão, o Petrolão, desvios nos fundos de previdência privada das estatais, cujos os recursos oriundos dessa farra citada está hoje financiando as eleições em todos os níveis Municipal, Estadual e Federal, daí, levando essa decadência à toda vida pública. Alguns nomes citados para prefeito de Juazeiro só conhecem a cidade pelo mapa, nem sequer sabe o nome das ruas, sem domicílio que lhe garanta ser candidato, muito menos conhece o seu povo.
Como caririense da gema, sinto-me envergonhado com os políticos atuais, abrindo mão da autoridade e do respeito que sempre foram uma marca do nosso passado; presto minha homenagem aos políticos do passado, que fizeram história no Cariri.
Relembro o espírito público, honestidade e autoridade moral do Padre Cícero, que foi político íntegro e respeitado. Encerro lembrando o que o Padre Cícero escreveu sobre o comunismo:
"O Comunismo foi fundado pelo demônio. Lúcifer é o seu chefe e a disseminação de sua doutrina é a guerra do diabo contra Deus. Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos anjos maus contra o criador e seus filhos". (Pe. Cícero Romão Batista).
Em todos os países que foram implantados o comunismo, levaram em consideração essa filosofia de Lenin: “O estado será Deus! Os comunistas devem lembrar-se de que falar a verdade é preconceito; uma mentira, por outro lado, é muitas vezes justificada pelo fim. É preciso empregar todos os estratagemas, ardis e processos ilegais, silenciar e ocultar a verdade. Dai-me quatro anos para ensinar as crianças e as sementes que terei plantado jamais serão erradicadas. Destrua a família e destruirás o país. Corrompa a juventude e dele liberdade sexual”.
“O Socialismo é a filosofia do fracasso. A pregação da inveja, a crença na ignorância. Seu defeito marcante é a distribuição igualitária da miséria entre todos, exceto seus líderes”. (Winston Churchill).
Boa parte desses pensamentos já estão sendo posto em prática pelo atual Governo Federal. Esse meu pensamento tem raízes em minha passagem pelo Juazeiro e Crato onde plantei raízes em defesa do Brasil e da região. Em nome do Pe. Cícero eu invoco a todos os caririenses para que não aceitem essa ingerência criminosa contra a nossa história.
Em homenagem a esse eterno prefeito de Juazeiro, o Santo Pe. Cícero, que doou sua herança à Ordem Salesiana que continuaram sua história, para tanto a edificação do ginásio salesiano que formou e forma gerações de homens de bem e finalmente a construção do templo que ele tanto sonhou para o horto, uma verdadeira obra prima. Toda essa história vale a pena ser meditada pois a vida de Pe. Cícero foi dedicada a Deus e a N. Sra. e ao seu povo.