O potencial do Nordeste para se transformar em um hub de dados

O Nordeste se posiciona como um centro estratégico para a expansão de redes de telecomunicações, armazenamento de dados e serviços digitais avançados

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CEO da Um Telecom
Legenda: CEO da Um Telecom

O Nordeste do Brasil está próximo de protagonizar uma nova era de infraestrutura digital. A ascensão de tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial (IA), está gerando uma demanda crescente por data centers, que necessitam de grandes capacidades de processamento e consumo energético. Uma simples pesquisa em IA, como o ChatGPT, consome 10 vezes mais energia que buscas convencionais, destacando a urgência de investir em infraestrutura de telecomunicações alimentada por fontes renováveis de energia.

O mercado brasileiro de data centers está crescendo rapidamente. Em 2023, atingiu US$ 4,6 bilhões, com previsão de aumento para US$ 6,5 bilhões até 2028, segundo o relatório do Santander. Empresas locais se beneficiam da maior utilização de fontes renováveis, com apenas 15% de dependência de energia não-renovável, em comparação à média global de 61%.

Os números são expressivos, mas a participação do Brasil ainda é modesta no mercado global. No entanto, o país apresenta vantagens competitivas significativas. Com abundância de energia limpa e água para resfriamento, o Brasil se mostra atrativo para investidores, sobretudo considerando os desafios energéticos enfrentados por regiões como Estados Unidos e Europa.

Há também a necessidade de descentralizar infraestruturas tecnológicas no Brasil, atualmente concentradas no Sudeste. Ampliar polos em outras regiões, como o Nordeste, trará maior segurança e estabilidade, protegendo o país de potenciais desastres naturais e eventos isolados.

O Nordeste do Brasil se apresenta como um potencial mercado para o setor. A Região mostra avanços, com Fortaleza como hub de cabos submarinos e aliada à crescente presença de data centers. Pernambuco também se coloca em posição de destaque. O Estado, por sua localização estratégica, oferece condições para uma conectividade de alta qualidade, com baixíssima latência de apenas 13 milissegundos na entrega de dados para 90% da população da região, que são cerca de 50 milhões de pessoas. Em breve, Recife ganhará um data center Tier III, um projeto de infraestrutura que busca fortalecer a posição de Pernambuco no cenário digital. 

Essa modernização da infraestrutura digital é vista como um fator essencial para atrair novos investimentos e fortalecer o setor produtivo local, aumentando a competitividade das indústrias. A presença dessas estruturas não apenas fortalece a conectividade internacional, mas também contribui diretamente para o desenvolvimento local, gerando empregos e aumentando a competitividade das indústrias regionais.

Com isso, o Nordeste se posiciona como um centro estratégico para a expansão de redes de telecomunicações, armazenamento de dados e serviços digitais avançados, como computação em nuvem, 5G e internet das coisas (IoT). A colaboração entre governos e o setor privado será essencial para o desenvolvimento de uma infraestrutura digital robusta. 

O presente e o futuro são digitais, e o Nordeste tem a oportunidade de liderar essa transformação tecnológica no Brasil, especialmente no setor de infraestrutura de dados, garantindo segurança a empresas do presente e do futuro.

Jornalista
Gilson Barbosa
13 de Dezembro de 2024
Clarice Gomes Costa é doutora em educação, professora da educação básica, membro da Coordenação Colegiada do Fórum EJA/CE
Clarice Gomes Costa
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Daniela Botelho é presidente da Associação Fortaleza Azul – FAZ e psicopedagoga
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Davi Marreiro
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