Integração entre partidos políticos e sociedade

Escrito por Tadeu Oliveira , deputadotadeuoliveira@al.ce.gov.br

Legenda: Tadeu Oliveira é odontólogo e empresário
Foto: Arquivo pessoal

Existe atualmente uma grande discussão na Câmara dos Deputados sobre a possibilidade de uma reforma do sistema político-eleitoral brasileiro. No centro da discussão, está a proposta do modelo do distritão em substituição ao atual, o sistema proporcional.

Pelo proporcional, as vagas são definidas pelo número de votos de cada partido e o quociente eleitoral. No modelo do distritão, a quantidade de votos dos partidos não é levada em consideração. Ganha a cadeira o deputado com a maior quantidade de votos em cada estado. Ou seja, a figura do candidato se torna mais importante que os partidos e suas ideologias, fazendo com que as campanhas se tornem disputas de personagens e não de propostas. Isso torna difícil a representação das minorias e portanto implica em um retrocesso a ampliação da democracia.

A discussão passa também pelo modelo distrital, em que os estados seriam divididos em vários distritos e a população desses locais poderia eleger um representante por maioria simples. Esse sistema deixa a população mais próxima de seus representantes, porém o voto vai para determinado candidato e não para o partido.

Existe também um debate em torno do distrital misto, modelo em que os eleitores têm dois votos: um para os candidatos do distrito e o outro para a legenda. Esse sistema atende interesses regionais, assim como interesses da população como um todo, porém torna muito complexo o entendimento do eleitor sobre o processo eleitoral.

Para avançarmos é necessário mecanismos para promover o fortalecimento e a integração dos partidos políticos e de suas ideias com a sociedade, porque melhora a visão do eleitor sobre sua representação política. É nesse clima de debate que se aproximam as eleições gerais de 2022. 

Que nós brasileiros, independentemente do modelo de votação, possamos ter eleições livres e limpas, garantidas pela soberania popular e de acordo com nossa Constituição Federal. O futuro dos partidos políticos, dos candidatos a cargos eletivos e da democracia depende do eleitor exercendo sua cidadania plena através do voto livre e independente. Fiquemos atentos, portanto, para que tenhamos um Brasil melhor e com mais igualdade para todos.

Tadeu Oliveira
Odontólogo e empresário

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