Inovação para uma indústria forte

Escrito por Redação ,

Com mais de 40 anos de história, a medicina reprodutiva no Brasil tem crescido e avançado sobre os alicerces da ética e das resoluções do Conselho Federal de Medicina. Esses dois fatores norteiam todos os procedimentos realizados por especialistas da área no país. Essa informação se torna importante para entender o porque de situações como as apresentadas na trama de Fina Estampa, nunca aconteceriam na vida real.

Exibida em 2011, a novela voltou à grade de programação da TV em horário nobre por causa da pandemia. Para melhor entreter, o autor criou uma história que pode levantar dúvidas em quem está em tratamento de fertilização ou quem está buscando informações. Como especialista em medicina reprodutiva reforço que casos como o retratado pela novela - manipulação e escolha consciente dos embriões; acesso à identidade dos doadores e pacientes por profissionais que não o médico; assim como a revelação dos nomes à doadores ou pacientes - são fatos que não devem acontecer na medicina reprodutiva no Brasil.

Todo o processo de fertilização ocorre de forma anônima. Não é possível saber nomes de doadores ou receptores. Quanto a escolha de sexo, apesar da tecnologia permitir, essa prática é proibida no Brasil - somente é válido em casos de risco de transmissão de doenças genéticas determinadas pelo sexo.

Como não há uma regulamentação mundial para a medicina reprodutiva, cada país tem a sua normatização. Procedimentos não permitidos no Brasil, por exemplo, podem ser feitos em outros países, onde inclusive há "comercialização" de óvulos e embriões - tanto para quem compra como para quem doa. Mas também há procedimentos feitos no Brasil, que não são permitidos em outros países, como fertilização independente ou para casais homoafetivos.

Importante dizer que contra dúvidas a melhor arma sempre será a informação e que em casos que envolvam a medicina reprodutiva, definitivamente, a vida não imita a arte.

O fato do Ceará ter garantido o segundo maior crescimento da produção industrial no Brasil em junho frente ao mês anterior mostra o potencial que a indústria cearense tem para avançar mesmo em um período tão desafiador quanto o que enfrentamos em 2020. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são sinais de que, se garantirmos a base e o investimento necessário, contaremos com o fortalecimento e o avanço do setor industrial no Ceará.

O Centro Industrial Cearense (CIC), juntamente com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), aposta que um terreno fértil para esses avanços depende da inovação, da internacionalização dos negócios - não só de exportação, mas também de importação, de serviços e de parcerias nas áreas tecnológicas - e da consolidação de clusters industriais que permitem a otimização dos custos do setor.

O momento pelo qual passamos na saúde, que gerou impacto em outros segmentos demonstrou a importância de contarmos com uma base industrial forte, e também, de não sermos totalmente dependentes do fornecimento de insumos que vêm de outros países. Podemos e precisamos ser mais diversificados.

O CIC ressalta que uma indústria fortalecida movimenta também os serviços e o comércio. Já somos um dos estados mais digitais do País e temos potencial para avançar na formação de um ambiente cada vez mais inovador com uma mão-de-obra bem qualificada que permaneça no estado contribuindo com as empresas locais.

A aproximação entre indústria e academia é uma relação que se mostra cada vez mais produtiva e necessária para ambos os setores. O parque industrial é propulsor de pesquisa, de serviços e de negócios. Estreitarmos os laços com universidades e outros espaços de formação para um ambiente cada vez mais capacitado, e consequentemente inovador, é fundamental para alcançarmos o desenvolvimento do qual a indústria e a população cearenses precisam.

Marcos Soares

Presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC)