Infertilidade deve ser encarada com um problema de saúde pública

Escrito por Lilian Serio ,
Lilian Serio é ginecologista e especialista em medicina reprodutiva
Legenda: Lilian Serio é ginecologista e especialista em medicina reprodutiva

O mês de junho é dedicado à conscientização sobre a infertilidade. Um problema de saúde pública reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a entidade, 15% da população mundial em idade reprodutiva sofre com esse problema. No Brasil, a OMS estima que oito milhões de pessoas têm dificuldade para conseguir gerar um filho.

Essa condição não é específica só das mulheres. Hoje, cada vez mais os homens são diagnosticados com essa disfunção. As causas que levam à infertilidade estão divididas em 35% para as mulheres, 35% para os homens, 15% de ambos e 15% sem causas aparentes. 

É fundamental que se investigue a situação de cada um. Após um ano de tentativas de engravidar sem sucesso, sobretudo para mulheres com menos de 35 anos, ou após essa idade, é recomendado a busca por um especialista para investigar o que pode está dificultando a gestação. Os homens também precisam atentar para a saúde dos espermatozoides. Um problema muito comum para eles é a oligospermia, que se caracteriza pela diminuição da produção de sêmen durante a ejaculação.

Para as mulheres é preciso também uma atenção especial com a idade. A partir dos 35 anos todas nós vamos perdendo a nossa reserva de óvulos, com isso as chances de conseguir gerar um filho também diminui significamente após essa idade. Na sociedade que vivemos hoje cada vez mais os casais estão postergando a gravidez, mas isso pode ter um preço mais na frente. Por isso, se um casal deseja priorizar a vida profissional para depois pensar em aumentar a família, é essencial que se faça o congelamento de óvulos ou sêmen. Com essa atitude, os dois estarão resguardando os seus respectivos óvulos e espermatozóides e poderão utilizá-los quando decidirem tentar engravidar.

Outra dica importante é manter uma vida saudável. O sedentarismo, obesidade, maus hábitos alimentares, consumos de bebidas alcoólicas, tabagismo, colesterol e o estresse possuem uma relação direta com a infertilidade. E, claro, além de cuidar do corpo também é preciso ter uma atenção especial com a saúde mental. Corpo e mente precisam caminhar em total sintonia para que o casal consiga o tão sonhado filho.

Lilian Serio é médica especialista em medicina reprodutiva