Entre o medo e a indiferença

Escrito por Davi Marreiro , davimarreiro@hotmail.com

Davi Marreiro
Legenda: Davi Marreiro é professor da rede público de ensino em Fortaleza
Foto: Arquivo pessoal

Conforme divulgado no artigo 5º do último decreto estadual nº 34.103, de 12 de junho, respeitando neste momento, a capacidade máxima de 50% de alunos por sala de aula, foram liberadas em quase todo estado, com exceção da região do Cariri, as atividades presenciais para todos os anos do Ensino Médio. Contudo, destacamos que o mesmo artigo assegura que: “o retorno à atividade presencial de ensino se dará sempre a critério dos pais e responsáveis, devendo os estabelecimentos oferecerem aos alunos a opção pelo ensino presencial ou remoto.”

Sendo assim, constatando essas novas diretrizes, o Sindicato dos Servidores Públicos lotados nas Secretarias de Educação e de Cultura do Estado do Ceará (APEOC), através de seu atual presidente o sr. Anizio Santos de Melo, após uma conversa com secretária de educação Eliana Nunes Estrela, anunciou que “as aulas na rede pública estadual continuarão remotas.Terminaremos o semestre de forma remota e a mesa de negociação vai continuar exercendo o diálogo.”

De acordo com a nota divulgada no site da instituição: “As negociações continuarão, entre o governo, Sindicato APEOC e entidades estudantis, discutindo a segurança sanitária para um retorno responsável e seguro para todas e todos.” Com isso, e respaldados em outras deliberações já estabelecidas por essas representações, entendemos que o retorno das atividades presenciais nas escolas públicas cearenses não logrará êxito por meio de suntuosas imposições.

Ao que tudo indica, esta incompreensível urgência do governo, sequer pretenderia aguardar o fim do ciclo de três meses, para plena imunização dos profissionais da educação, já que a vacinação desse grupo começou somente no dia 29 de maio. No entanto, tais inflições atestam que vivemos em condições prolongadas de incertezas.

O que isso provoca? Duas sensações humilhantes: insipiência ou imprevisibilidade de não saber o que o futuro nos trará e a impotência, ou seja, a suspeita de que não podemos fazer nada ou quase nada para evitarmos um infortúnio irreversível.

Em resumo, essas sensações definem que estamos com medo, porém entre temerosos e indiferentes apenas não seja insensível.

Davi Marreiro
Professor da rede pública